quinta-feira, julho 31, 2008

Tangos e transcendências




Quando vi a famosa cena do tango no filme Perfume de Mulher (Scent of a Women, direção de Martin Brest, 1992), senti como se o restante do mundo fosse uma coisa menor... É incrível como a arte – seja ela cinema, literatura, música, pintura, escultura etc – tem o poder de nos transportar para outras dimensões, como acontece quando estamos apaixonados. E é justamente esse o poder que essa cena exerce sobre mim: ela alimenta meu espírito, me enche de entusiasmo.

Para entender melhor esse efeito é preciso investigá-lo mais a fundo. A palavra entusiasmo vem do grego e significa “ter um Deus dentro de si” ou ainda “sopro divino”. Para os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer desafios. Considero esse conceito lindíssimo e acredito piamente nele.

Também estou certa de que Al Pacino – disparado meu ator preferido – estava tomando por uma força maior quando interpretou essa e todas as outras cenas em que viveu o coronel cego Frank Slade. Por meio de seu personagem, Pacino nos guiou pelo caminho da arte, em seu estado mais puro e genuíno. Sua atuação magistral lhe rendeu o Oscar de melhor ator. Um prêmio pequeno se comparado à grandeza, à alegria e à sensação de ter a alma tomada por entusiasmo.

sábado, julho 26, 2008

Todas as luas




Lua plena
Lua cheia
Lua nova
Lua bela
Lua distante
Luanda!
Lua fora da janela...

Lua vestida de branco
Lua amarela
Lua luau
Lua sorrindo
(minguante?!)
Lua além do meu quintal...

Lua menina
Lua mulher
Lua cheia da maré
Lua mudança de clima
Lua fértil
Lua sina

Lua eclipse
Lua de dia
Lua de bruxa
Lua magia

Lua marujo
Lua canção
Lua da Terra
Lua Verão...

Lua crescente
Lua de amor
Lua ser-tão-interior!

Lua indígena
Lua Maia
Lua lenda
Lua praia

Lua da noite
Lua pavor
Lua que o lobo uivou
Lua que é do lobisomem
Lua fantasma
Lua homem

Lua de prata
Lua dos ritos
Lua pirata
Lua do signo

Lua que é da astrologia
Lua bandeira da Turquia

Lua da praça
Lua namoro
Lua de grávida
Lua de dor

Lua que é meia
Lua poema
Lua mistério
Lua louvor...

Goimar Dantas
São Paulo
25-07-08

sexta-feira, julho 25, 2008

Antes tarde...





Estou numa fase Ian McEwan. Acabo de ler seu ótimo romance A praia (Companhia das Letras, 2007, tradução de Bernardo Carvalho) e, há tempos, estou para postar aqui este trailler do não menos ótimo filme Atonement, dirigido por Joe Wright e baseado no romance homônimo de McEwan. O título do filme foi traduzido aqui no Brasil como Desejo e reparação. Um sucesso, assim como Orgulho e preconceito, do mesmo diretor, mas adaptado do famoso romance de Jane Austen (como bem lembrou a leitora Gerana, que deixou post corrigindo minha informação anterior. Nela, eu dizia que o filme Orgulho e preconceito era adaptado de um romance de McEwan. Fiz uma baita confusão. Na verdade, o que há de comum entre os filmes é a direção de Joe Wright e a atuação de Keira Knightley como protagonista... Sorry).

Penso que Atonement é um exemplo do que é uma fotografia perfeita. A atuação de James MacAvoy está, como sempre, excelente. Também gostei da Keira Knightley, apesar de muita gente que eu respeito detestar a moça... Paciência. O que seria do amarelo se todos só gostassem do azul?

Há trechos em que as cenas são tal e qual uma pintura, de tão incríveis. Realmente uma viagem visual fascinante, sem falar na trilha sonora espetacular. Não consegui ver no cinema, infelizmente. Sei que essa é uma dica muito atrasada, mas, caso ainda não tenham visto...

quarta-feira, julho 23, 2008

Cena de cinema




São Paulo. Fonte de supresas, alegrias, oportunidades, dramas. Ontem, presenciei uma das cenas mais dantescas de toda a minha vida... Por volta das 14h30, eu estava em um escritório, ao lado do Conjunto Nacional - que é um dos lugares que mais amo em São Paulo -, quando aconteceu a explosão do sistema de ar condicionado de uma academia de ginástica localizada naquele prédio. Foi um barulho ensurdecedor, aterrorizante. Imediatamente pensei que uma bomba tinha sido detonada na Paulista. Lembrei das imagens chocantes do World Trade Center vindo abaixo... Fiquei com medo e, como todo mundo que estava comigo, corri até a janela pra saber o que havia sido aquilo. E foi então que vimos aquele pobre homem em chamas, gritando desesperado por ajuda no terraço do Conjunto Nacional... Comecei a tremer, meu coração foi a mil... Eu fechava os olhos com força como se isso pudesse, de alguma forma, apagar aquela imagem da minha cabeça para sempre...
Pouco depois, descobrimos a causa da explosão e soubemos que o homem que tínhamos visto era um dos dois técnicos que faziam a manutenção do ar condicionado... De acordo com o noticiário, seu nome é Santo Galli Sobrinho, tem 51 anos, está na UTI do Hospital das Clínicas, com 60% do corpo queimado e corre risco de morte...

O resto da tarde caótica foi completada com bombeiros, polícia, sirenes, trânsito interditado, equipes de TV, rádio e internet circulando no local.
Fico pensando na família daquele homem.
Fico pensando se ele vai sobreviver.
Fico pensando na luta que terá de travar para se recuperar...
Fico torcendo para que consiga.
Fico rezando...

Um dia antes, eu tinha saído do mesmo escritório encantada, como sempre, com a Paulista, suas livrarias, sua vida intensa, seus transeuntes que, como eu, estão geralmente apressados, atrasados... Já era quase oito da noite e eu precisava caminhar de onde estava até a Rua da Consolação, que fica a 10 minutos dali. Ao chegar lá, entrei pela passagem subterrânea que nos possibilita atravessar para o outro lado, uma vez que não há faixa de pedestres naquele trecho. No interior da tal passagem, a surpresa: um corredor tomado por bancas de livros usados e seus vendedores, todos emoldurados pelas paredes cobertas de fotografias de revistas mostrando astros hollywoodianos dos anos 40 e 50... Quase perdi o fôlego quando vi aquilo, mas, dessa vez, positivamente...

É incrível como morar em São Paulo faz da nossa vida um filme cotidianamente surpreendente, para o bem ou para o mal.
Estou lutando desde ontem para resgatar a imagem dos astros hollywoodianos dos filmes água com açúcar dos anos 50, em detrimento da imagem dramática que me lembrou os filmes-catástrofe que vêm sendo produzidos pela mesma Hollywood com freqüência cada vez maior.

Postei aqui a única imagem cinematográfica que eu gostaria de guardar, mas sei que ela jamais poderá ser tão forte a ponto de suprimir a outra...

Fico aqui rezando...
Goimar Dantas
São Paulo
23-07-09

terça-feira, julho 22, 2008

Dicionário potiguar informa




Relíquias, definição:
objetos que trazem consigo
um misto belo de história,
alma, memória
e parte do coração.

Goimar Dantas
São Paulo
29-07-08

domingo, julho 20, 2008

Mar de nuvens


Quando viajo para a praia ou para Minas Gerais, meus poemas florescem como se o vento desses lugares soprasse a favor das palavras e dos sentimentos que elas traduzem. Talvez porque já no caminho eu seja presenteada com espetáculos visuais de grande magnitude... Imagens poderosas que me impulsionam a sonhar, a festejar o mundo do modo que me é mais caro: escrevendo prosas e versos...
A imagem acima é um desses “presentes”. Ele me foi concedido num amanhecer do último mês de maio quando, uma vez mais, estive no Sul de Minas. Esse mar de nuvens sobre o verde pôde ser visto da Rodovia Fernão Dias, no trecho próximo à cidade de Camanducaia. A forte influência exercida por Minas Gerais na minha poesia pode ser conferida no poema As montanhas mágicas, publicado neste blog em outubro de 2007. Você pode lê-lo clicando aqui .
Goimar Dantas
São Paulo
20-07-08

quinta-feira, julho 17, 2008

Soneto ao senhor do mar




-A bênção, mestre Vicente!
Vou conduzir o navio
A embarcação da poesia
Rumo ao cais dos desvarios...

Ao cais de pedra, de chama
Muito além, longe do mar
Cais de amor que se declama
sob as luzes do luar...

Em versos tristes, salgados...
Saudosos do meu marujo
Que assim navegam, naufragam...

Ficam como que ilhados
Meus versos desnorteados
Sem bússola e sem futuro...


Goimar Dantas
São Paulo
14-07-08






segunda-feira, julho 14, 2008

Histórias e luzes

Às vezes, a poesia,
está na própria luz do dia...
Ou da noite...




Igreja Santo Antônio do Valongo, na cidade de Santos. Edificada em 1640, a construção segue o estilo Barroco. Foi totalmente restaurada nos últimos anos. Está linda, linda...


Interior da Igreja...


Rua São Bento, à frente da Igreja do Valongo. Literalmente abençoada pela luz...


Luzes embelezando ruínas - Fachada da antiga Hospedaria dos Imigrantes que, no futuro, será sede do Museu Pelé, na cidade de Santos.


quinta-feira, julho 10, 2008

Mundo encantado

(Cena da Livraria Cultura da Avenida Paulista, completamente lotada, na última quarta-feira, dia 09, feriado estadual. Essa Livraria é meu lugar preferido em São Paulo. Há tempos eu devia um poema para ela...)
A livraria é o universo
É verso
Reverso
Prosa
Rima rica
Frase feita
Didatismo
E abstração
É concreta
Ocupa espaço
Nela viajo
Transpasso
Vejo o mundo
Vou à Lua
Sem tirar os pés do chão
Por entre mil prateleiras
Transito
E sou seduzida
Me entrego
Caio na vida
De saberes
E delícias
Volúvel, eu me ofereço
E eles me viram do avesso
Livros-amantes que são...
E ao penetrar meus sentidos
Em gozo sou fecundada
E engravido de palavras
Idéias, opiniões...
E ainda na Livraria
Vou dando luz às histórias
Ganhando novas memórias
Descobertas
Sensações...
E lá me sinto mais viva
Mais livre
Mais de verdade
Recanto de eternidade
Minha fé
Meu coração...
Meu templo
Minha mesquita
Minha igreja
Sinagoga
Meu terreiro
Minha yoga
Um vício
Uma paixão!
Um casamento feliz
A noiva e os textos em festa
Celebrando
Dando vivas
a mais linda comunhão...
Meu alimento de espírito
Lugar sagrado dos ritos
Onde vivo em oração!
Lá eu volto a ser menina
Brinco sob a luz divina
Que me abençoa
Ilumina
Que me ensina
e me concede
à graça da inspiração...

Goimar Dantas
São Paulo
10-07-08

segunda-feira, julho 07, 2008

There must be an angel...



Os olhos negros me fitando sérios...
Impenetráveis, a me sondar.
Num ambiente cheio de livros,
Onde ele sempre gostou de estar.
Naquela hora, nesse meu sonho,
Éramos nós, num só olhar.
Você um sábio, menino e homem,
Texto cifrado
pra eu decifrar...
Por vezes, triste,
Por vezes, gênio,
Estrela amiga,
Espécie de amor...
E nossos planos,
Nossos enganos?
Todos os discos...
O que restou?
Verbos impressos,
Tão controversos,
O teu auxílio,
Meu editor...

E foi-se o tempo,
Nossos silêncios,
Nossas poesias,
Que o mar levou...
Aprendizagens,
As mil bobagens,
A faculdade:
pra você criticar...
O nosso curso,
As nossas retas,
Rotas incertas:
Pra gente enveredar...
Dissemos muito.
Vivemos pouco.
Faltou um mundo!
Que eu quero te mostrar...
Tantas mudanças,
Tantos progressos,
Tanta alegria...
Mas você não está...
Foi de repente.
Um tiro seco.
Um estampido,
De assalto, a te levar!
Para outro mundo,
Para outro tempo,
Outra fronteira,
Onde você estará?
Há tantos anos,
Muitos invernos,
Venho ocultando
A dor e o pesar...
Da tua ausência,
Marca indelével,
Tão forte e bruta,
Que sempre aqui está...
No velho peito,
Da “Cara amiga”,
Que, você sabe,
Se chama Goimar...

Goimar Dantas
São Paulo
25-05-08




O poema acima, fundamentado em um sonho que tive no final do último mês de maio, é dedicado ao meu grande amigo Rogério dos Santos Prado, que perdeu a vida num assalto, quando contava apenas 20 anos, em 1992... Estudamos juntos no colegial e no primeiro ano da Faculdade de Jornalismo, na cidade de Santos. Eu estava amando o curso e ele – milhões de anos mais evoluído intelectualmente – achava tudo muito chato. Dizia que abandonaria o curso pra fazer Filosofia, disciplina pela qual se apaixonara perdidamente – muito devido à influência positiva das aulas de nosso professor Daniel Leandro Gonzalez.

Rogério foi meu primeiro editor, ainda no colegial, quando decidiu criar um jornal na escola, para o qual eu colaborava. Tenho uma saudade imensa de suas análises profundas sobre os assuntos por vezes considerados os mais banais... Saudade de falar com ele sobre música, cinema e literatura... Saudade de andar com ele de moto pela Avenida da Praia. Saudade de tomar chuva em sua companhia... E, principalmente, de chegar em casa usando a camisa que ele, cavalheiro até a medula, me emprestava para que eu não passasse frio nessas ocasiões chuvosas... Tenho saudade de ir até a sua casa, no Canal 3, para escutar música, fazer trabalhos da escola e, ao final, comer o bolo de nozes incrível que a mãe dele nos servia... Tenho saudade de sua empolgação quando me apresentava um novo disco, um novo filme... Saudade de seu esforço descomunal para me explicar as teorias de Nietzsche e Wittigenstein e, pouco depois, selar a conversa dissertando sobre “(...) a importância do novo disco da Madonna para o cenário pop internacional...” Essas eram nossas maiores diferenças. Nunca dei muita bola pra Filosofia e tampouco pra Madonna. Mas, com o passar do tempo, aprendi, sinceramente e de todo o coração, a respeitar muitíssimo ambas essas senhoras...
Rogério era um cara muito atento, perspicaz, “antenado” – para usar um termo mais atual. Fico imaginando como seria sua vida nessa era pós Internet (até porque antes mesmo dela ele já parecia ter um Google na cabeça...).
O fato é que, ano após ano, desde a sua partida – não sei bem o porquê –, venho tentando esconder de mim mesma a imensa falta que ele me faz... Mas essa saudade sempre explode quando escuto certas canções, quando leio Filosofia, quando entro em uma livraria ou quando vejo alguma entrevista/análise sobre “a importância da Madonna no cenário pop internacional”. Sim, Rogério, você estava certo... Ela é mesmo um “fenômeno”.

Algum tempo depois de ele ter nos deixado de maneira tão abrupta e dolorosa, sua mãe convidou os amigos mais íntimos do filho para um café, com bolo de nozes... E, naquela tarde inesquecível, fez a partilha de todos os discos e livros de Rogério entre nós. Como não poderia deixar de ser, herdei toda a coleção do Eurythimics – dupla musical que nós dois amávamos –, dentre outras coisas.

Tantos anos depois, como ele não está mais aqui para me mostrar o que há de novo, cabe a mim postar neste espaço um vídeo que, estou certa, ele iria gostar. Trata-se de uma nova versão do hit “There must be Angel”, do Eurythimics. Só que na voz doce de uma moça chamada Fernanda Takai.

Querido amigo, saiba, onde estiver que: “No one on earth could fell like this...



quinta-feira, julho 03, 2008

O Japão é aqui


Mês passado tive o privilégio de conferir duas grandes festas que renderam homenagens aos 100 da Imigração Japonesa em São Paulo. Dia 18 de junho, estive no São Paulo Fashion Week, cuja decoração e as exposições estavam repletas de imagens, ícones e programações ricamente orientais. Esta foto foi tirada no lounge do Senac, durante uma performance que orientava o público sobre a etiqueta nipônica à mesa.




Gostei, principalmente, da exposição de quimonos do século XIX, especialmente confeccionados para ocasiões importantes como casamentos e celebrações da maioridade das moçoilas nipônicas, que, naquela época, era comemorada aos 20 anos (não sei se ainda é assim...). Este é um exemplar do acervo do Bunka Gakuen Costume Museum.



Também gostei muito da exposição de roupas que mesclou produções de estilistas famosos como Kenzo, Issey Miyake e Rai Kawakuba, às peças confeccionadas por alunos da conceituada faculdade de moda de Tokyo, a Bunka Fashion College. Esse vestido da foto, por exemplo, é de um estudante. A-d-o-r-e-i! Muito irreverente!


Estavam lindas, ainda, as roupas expostas logo na entrada da Bienal, todas concebidas pelos alunos do curso de Moda do Senac São Paulo.





Já no dia 21 de junho, foi a vez de ir, pela primeira vez, ao Sambódromo. O objetivo era ver a mãe da minha amiga Cláudia, Dona Fumiko Mukai, de 78 anos, dançando... Ela é essa bonequinha oriental que aparece no centro da foto, logo na primeira fileira.


Mas, ao chegar lá tive acesso, também, a desfiles, música, lutas e outras manifestações da cultura japonesa. Essa foto, por exemplo, foi tirada durante a passagem do Trio Elétrico Sol Nascente. Sim, você leu bem, era um Trio Elétrico japonês...






Foi lindo ver as crianças tocando instrumentos típicos e entoando canções idem.




Aí estão alguns dos meus amigos das famílias Mukai e Teramito. A bateria da minha máquina foi para o espaço e até agora estou esperando a Andréia Mukai e o Márcio Teramito me mandarem as fotos que prometeram... Ai, ai, viu? Mas, não posso reclamar. Não fossem eles e sua influência incrível no mundo nipônico paulista, eu jamais teria conseguido o convite, disputadíssimo, pra essa festa. O lado chato da coisa é que tava um frio lascado nesse dia... E eu, que sofro de frio crônico, reclamei e padeci horrores, claro...



Segue meu poema-homenagem a essas duas experiências

O Japão é aqui...

Em fase “deixe-me ir preciso andar”
tenho registrado imagens por onde escolho passar.
São lugares, são eventos, são sonhos, são pensamentos,
são paisagens diferentes...
É São Paulo aqui e lá.
Essa terra que é tão minha, tão sua, sempre tão nossa, cheia de gente da roça,
cujos sonhos vêm plantar...
Em meio aos seus edifícios, asfaltos cheios de vícios,
no cerne dos monumentos, praças, Viaduto do Chá...
Por entre tantos cafés, ruas, bailes, cabarés,
bem no Centro da Cidade ou mais pro lado de lá...
E na São Paulo do Oriente, vi a festa dessa gente que aqui chegou,
há 100 anos, sempre pronta a trabalhar...
Eu vi um Japão de cores, sob a chuva, a celebrar.
Eu vi os olhos puxados, brilhando, de par em par...
Então, vi o Sol Nascente o sambódromo atravessar!!!
E vi a Dona Fumiko, toda orgulhosa, a dançar.
Eu vi pequenas crianças em coreografia exemplar.
Eu vi o Japão da moda contagiar meu olhar...
E mais do que o Sol Nascente...
Vi São Paulo, de repente, querendo se orientar...

Goimar Dantas
São Paulo
30-07-08

quarta-feira, julho 02, 2008

Efeito borboleta








Mais uma vez, o amor.

E acordes de inspiração.

A voz que preenche os dias

ao som do seu violão.

Espaços por entre as cordas

no dedilhar das canções

o tom que guia o meu tempo

na direção das paixões.

Um caminho de palavras,

poemas, composições...

Eternizando a história,

minha vida, a memória...

Em versos nus onde exponho

os sentimentos de agora.


Goimar Dantas
São Paulo
30-06-08