sexta-feira, julho 31, 2009

Vício



A voz de Yael Naim tem sido um bálsamo para os meus dias. Na letra da deliciosa canção Paris, ela surpreende mesclando hebraico e francês. Parece um sonho de tão bonita...

quinta-feira, julho 30, 2009

Caravana do Cordel



No último ano tive a oportunidade de conhecer um pessoal maravilhoso que batalha pela divulgação da Literatura de Cordel, da xilogravura, da música e das artes nordestinas, de modo geral. Pude assistir alguns eventos com parte dessa turma lá na Livraria Cortez e afirmo que é uma experiência profundamente poética e, pelo menos para mim, inesquecível. O grupo estará reunido em São Paulo, neste próximo sábado, conforme programação abaixo.

Para minha tristeza, tudo indica que, no horário do evento, estarei fora da cidade... Então, só me resta recomendar vivamente esse encontro, além de torcer para que eles se apresentem por aqui muitas e muitas vezes.


Caravana reúne o melhor da poesia popular de São Paulo

“É um mundo de cordel para todo o mundo!”

A Caravana do Cordel, projeto coletivo, construído por poetas populares nordestinos radicados em São Paulo, estreou com o pé direito. No segundo encontro, marcado para o dia 1º de agosto, a Caravana terá uma série de atividades, todas elas voltadas para o fortalecimento e valorização da cultura nordestina.
O evento, desta vez, além da exposição e venda de cordéis, livros e CDs, prestará uma justa homenagem a dois ícones nordestinos: Luiz Gonzaga e Raul Seixas, nos 20 anos de morte completados em agosto.

Na mesma ocasião serão lançados mais três folhetos de cordel: As Aventuras do Menino Jesus, de Benedita Delazzari, Chicó, o Menino das Cem Mentiras, de Pedro Monteiro (Luzeiro) e A Chegada de Michael Jackson no Portão Celestial, de João Gomes de Sá e Klévisson Viana (Tupynanquim).

Presenças confirmadas de Varneci Nascimento, Cleusa Santo, Nando Poeta, Sebastião Marinho, Costa Senna & Grupo Universos, Marco Haurélio, Cacá Lopes, Jocélio Amaro, Toninho de Olinda, Moreira de Acopiara, Evânio Matos, Luiz Wilson, Cícero Pedro de Assis e outros nomes da poesia popular escrita e cantada.

ESPAÇO CINECLUBISTA
RUA AUGUSTA – 1239 - CENTRO – (METRÔ CONSOLAÇÃO)
01/08/2009 (sábado), às 19:00 h - ENTRADA FRANCA

domingo, julho 26, 2009

Adriana Lisboa


Só mesmo a Adriana Lisboa pra me tirar de casa no frio que estava fazendo sábado aqui em São Paulo. Abandonei os cobertores para vê-la lá no Sesc Ipiranga, no evento intitulado Versatilidades, que reúne escritores contemporâneos envolvidos, por meio de sua literatura, com outras linguagens da arte.



Por conta da proposta do evento, Adriana levou convidados como a diretora e roteirista Maria Camargos, que apresentou o curta-metragem "O coração às vezes para de bater", realizado a partir do livro homônimo de Adriana Lisboa.



O bate-papo contou também com a participação da atriz Susana Fuentes, que fez a leitura dramatizada de vários textos da autora homenageada.



Para encerrar, Adriana cantou e encantou juntamente com o amigo Eduardo Kremer. Ele, ao violão, e a escritora, na flauta transversal. Ambos interpretaram canções da MPB.
Foi uma experiência única poder ver uma de minhas escritoras preferidas cantando e tocando. Adorei!



Adriana mora nos Estados Unidos e vem muito pouco a São Paulo. Por isso, eu não via a hora de poder encontrá-la para que ela autografasse meu exemplar de Rakushisha, um livro lindíssimo, extremamente poético e um dos mais bonitos que já li nos últimos tempos. Já escrevi sobre ele neste espaço. Para ler, é só clicar aqui.


Como acontece sempre que possível, carreguei a família inteira comigo. Tatá achou Adriana um encanto e tratou de garantir sua foto ao lado da autora, que, além de tudo, é uma simpatia.

Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer o trabalho da Adriana, pesquei um pequeno currículo da moça lá no blog dela, o Caquis caídos: Nascida no Rio de Janeiro, Adriana Lisboa morou na França e vive hoje entre o Rio e a cidade de Boulder, Colorado, nos Estados Unidos. Estudou música e literatura, foi cantora, flautista e professora. Atualmente, além de ficcionista, é também tradutora e às vezes poeta. Publicou alguns romances e uma novela, integrou diversas antologias de contos no Brasil e no exterior. Seus livros foram publicados também em Portugal, Itália, Suécia, França, Suíça e México.

Sou apaixonada por todos os livros dela, mas os que moram no meu coração sem pagar aluguel são: Os fios da memória, Um beijo de colombina e Rakushisha. Todos da editora Rocco.

sexta-feira, julho 24, 2009

Cordel surreal



Não resisto. Preciso compartilhar esse maravilhoso trecho da entrevista concedida por Ariano Suassuna aos editores do Cadernos de Literatura Brasileira, edição Número 10, ano 2000. Li hoje de madrugada e continuo em êxtase até agora. Deleitem-se também, sem moderação, é claro:

CADERNOS: O Simbolismo seria, na sua opinião, uma forma de aproximar o hermético do cordel?

Ariano Suassuna: Veja bem, na própria poesia popular, às vezes, você tem esse hermetismo. Vou lhes dizer uma décima popular. Veja que coisa mais linda: “No tempo em que os ventos suis/faziam estragos gerais/fiz barrocas nos quintais/semeei cravos azuis/nasceram esses tatus/amarelos como cidro/Prometi a Santo Izidro/com muito jeito e amor/levá-los como uma flor/em uma taça de vidro”. É uma décima surrealista, não é? E uma coisa popular – quer dizer, o público tem também atração pelo obscuro.

terça-feira, julho 21, 2009

Haikai de Inverno




E nesse frio sem precedentes
o chá só não é mais quente
que o meu desejo.

Goimar Dantas
São Paulo
07-07-09

domingo, julho 19, 2009

Oh, happy days!



Esse post tá muito atrasado. Junho foi um mês intenso: muitos eventos familiares, trabalho, viagens, afazeres. Dia 23 foi a vez do batizado da Tatá. O Yuri atacou de fotógrafo oficial e, não sei por que, cortou o coitado do padre de quase todas as fotos. Mesmo assim, adorei essa em que a Tatá aparece com sua madrinha Cláudia, assim que ergue a cabeça da pia batismal.


Uma das poucas fotografias em que a gente consegue ver o padre Marcos, que é muito divertido, adora cantar e usa costeletas à Elvis Presley. Aliás, esse é o apelido dele: Elvis Presley. Pode?


Assim que chegamos à Igreja, junto com Márcio e Cláudia: os "padrinhos mágicos".


Achei o meu bem meu "Mau" e a Tatá muito fofos nessa foto.


Em junho também comemoramos o aniversário de 13 anos do Yuri. Ele tá lindo, né? E bem mais alto que eu - como é visível nessa foto.


Os convidados mantiveram a esperança até o fim, mas, como o previsto...


O primeiro pedaço foi mesmo para Lorenzo, amigo de todas as horas.


E para encerrar o mês com chave de ouro, recebemos a visita de duas grandes amigas: Aninha e Joana, mãe e filha que moram em nossos corações sem pagar aluguel há 10 anos. Trabalhei com a Ana e até fomos vizinhas durante dois anos, quando morávamos em Cotia. Desde então, desenvolvi uma relação de profunda amizade com Joana que, à época, tinha só 15 aninhos.

Joana sempre escreveu maravilhosamente bem, era a primeira da classe e sonhava ser jornalista. Acompanhei de perto todo esse processo. O tempo passou, Joaninha ingressou em Jornalismo, na PUC, e em Letras, na USP. Formou-se em jornalismo e tive a honra de fazer parte de sua banca de TCC, avaliando seu incrível projeto de livro-reportagem, devidamente aprovado por todos os membros da banca com nota 10.

Pena que Joaninha teve de abandonar o curso de Letras por absoluta falta de tempo, uma vez que trabalha mil horas por dia. Já foi minha estagiária, na Secretaria de Estado de Educação, e me ajudou em outros tantos projetos profissionais. Em seu trabalho atual, se divide entre o jornalismo e a publicidade, mas o coração da moça, eu sei, é de poeta.

Joana fará 25 anos em breve e, sempre que olho para ela, penso: "Meu Deus, o tempo voa!!!" Tenho muitas saudades tanto dela quanto da sua mãe, Aninha, e adoraria que fôssemos vizinhas novamente. E isso inclui, até mesmo, pegar carona diariamente com a Aninha e me perder com ela por toda a São Paulo. Nossa... Quantas aventuras vivemos juntas pelas ruas da cidade!!! Isso vale um post exclusivo porque, diferentemente de mim, Ana é corajosa e dirige, mas, assim como eu, a coitada também não tem o menor senso de direção. Resultado: quando íamos juntas a algum evento de trabalho, após o expediente, fatalmente nos perdíamos. Tínhamos uma química estranha e parece que atraíamos confusões que geravam situações absolutamente tragicômicas que incluem até mesmo a polícia apontando arma pra gente.

O PM tava lá fazendo o trabalho dele, coitado, impedindo o tráfego pra garantir a passagem de um carro-forte ou algo assim. Uma situação comum em São Paulo. Mas, ao se aproximar com o carro, Ana se desesperou ao ver o policial com aquele baita fuzil a poucos metros de nós. Em vez de parar o veículo, como faz todo mundo, acelerou feito doida e saiu correndo, arriscando nossas vidas. Nunca entendi o motivo, mas a verdade é que ninguém veio atrás da gente. Sei lá, podiam pensar que éramos bandidas, traficantes, sequestradoras, fugitivas... Mas acho que viram nossas caras de "Didi e Dedé" e perceberam se tratar de duas trapalhonas de marca maior.

Passado o susto, tivemos um acesso de riso nervoso que durou umas duas horas. Até hoje agradeço por estar viva pra contar a história...rs! Aliás, falando em riso, a gargalhada de Ana é qualquer coisa de sensacional. Que saudade de ouvi-la todos os dias, a cada 10 minutos.

quinta-feira, julho 16, 2009

Aquém do Pneumotórax




Febre,
garganta inflamada,
dores no corpo,
suores noturnos...
E esse delírio que poderia ter sido e que não foi.
Ou foi??
Mandei chamar um médico.
..............................................

Pensando bem... Só pensei em mandar porque isso seria uma tolice!
Manuel Bandeira está morto,
o médico do meu convênio sequer sabe onde moro
e nunca me pediu pra dizer
“trinta e três”,
“trinta e três”,
“trinta e três”.

Pior:
jamais teve a delicadeza de sugerir um tango argentino...
Ao fim e ao cabo, Drummond é que parecia estar certo:
“Êta vida besta, meu Deus”.

Goimar Dantas
São Paulo
Madrugada febril de 16/07/09

sexta-feira, julho 10, 2009

Invernal



Uma tarde fria e chuvosa:
tudo o que eu precisava...
Pra me cobrir de palavras
e me aquecer de poesia.

Goimar Dantas
São Paulo
10/07/2009

quarta-feira, julho 08, 2009

Som e fúria



Já estava tudo certo pra gente ver um determinado filme ontem à noite, mas, pouco antes de inserir o DVD no aparelho, vimos uma chamada da Globo anunciando a estreia da minissérie Som e Fúria. Eu tinha esquecido completamente...

Deixamos o filme pra lá e, poucos minutos depois, já era nítido que a escolha valera a pena. Achei o primeiro capítulo da minissérie simplesmente sensacional! Ótimo texto, ritmo, edição, fotografia. Sem falar nas interpretações. Todos os atores estão dando um show, mas destaco os impagáveis Felipe "Fênix" Carmargo e Pedro Paulo Rangel. Caramba, estão divinos! A direção geral é de Fernando Meirelles, um diretor que, cada vez mais, conquista minha admiração e respeito. Recomendo vivamente!

domingo, julho 05, 2009

Exercício de uma paixão



Passei o final de semana no interior de São Paulo, sem internet. O passeio foi bom, mas trouxe um problema. Na verdade, fiquei arrasada porque perdi a palestra do António Lobo Antunes na Flip. Se tivesse ficado em casa, poderia ter acompanhado tudo pela web.

Cheguei há poucas horas e fui correndo conferir o trechinho que a Flip disponibiliza no site do evento. Só três minutos... Puxa, foi tão pouco... Acabei procurando outros vídeos dele no You tube (algum que eu ainda não tivesse visto). Achei esse aí de cima e foi uma alegria sem tamanho. Nove minutos bem editados em que Lobo Antunes discorre sobre livros, processo de escrita, literatura.

Minha relação com esse autor português é estranhíssima porque, por diversas razões, ainda não consegui ler nenhum de seus livros. Sempre surge um trabalho, uma pesquisa ou uma tarefa que me aparta de sua obra. Não é raro acontecer isso comigo, aliás. Primeiro, me apaixono pela pessoa. Fico um tempão namorando o autor a distância para, só depois, ter acesso à obra. O mesmo ocorreu com Hilda Hilst e Adélia Prado. Primeiro, vi várias entrevistas e li diversos textos sobre as duas e, quando finalmente cheguei aos livros, o amor foi tão arrebatador que acabei escolhendo ambas como objeto de estudo da minha dissertação de mestrado. Seguiram-se dois anos lendo e me dedicando, apenas, a elas. Um casamento mesmo.

Ainda não sei o que vai acontecer quando eu ler um livro de Lobo Antunes... Talvez me case com ele também, nunca se sabe. Vivo a mesma expectativa em relação à obra de Nélida Piñon. Tudo o que é entrevista que essa autora dá acaba caindo em minhas mãos, é uma coisa incrível. Já li pilhas delas, como também assisti várias entrevistas de Nélida na TV. É só mudar de canal e ela aparece. Simples assim. Tanto com Lobo Antunes quanto com Nélida, tenho aquela sensação que antecede os primeiros encontros amorosos: frio na barriga, insegurança, medo, expectativa, fantasias... Passo horas à frente do espelho da vida, me arrumando para eles, me preparando, conferindo cada detalhe que reveste meu espírito, minha mente. Vou amadurecendo, de modo que, quando encontrá-los, eu seja uma mulher mais interessante, mais capaz de usufruir tudo o que têm para me dar.

Não há angústia nessa espera. Só o desejo e a certeza de que a vida, em breve, vai nos colocar frente a frente. E estou convicta de que será inesquecível.

quinta-feira, julho 02, 2009

Flip



Pra quem, como eu, queria ir à Flip e não conseguiu, pode assistir a transmissão das palestras em tempo real, pelo site do evento. Basta verificar os horários dos eventos que você quer acompanhar. Para acessar a página das transmissões, clique aqui.

quarta-feira, julho 01, 2009

Cenas inesquecíveis


Prossigo firme e forte na fase "imagens". E essas também estão no rol das que mais gostei de fazer nos últimos tempos. A primeira, logo acima, retrata meu ponto de vista da estação "U street-Cardozo metro station", em Washingotn DC. Um escândalo de bonita, não é? Subi a escada rolante e não tive dúvidas: olhei pra trás e cliquei.



Essas moças e crianças vinham lá longe... Por isso, o foco ficou lamentável. Mas, eu não podia deixar de fotografá-las, podia? Não é uma imagem digna de registro? Eu a intitulei "Red lignes". Foi captada na Pennsylvania Avenue, em Washington DC.


Fiquei "passada" vendo, de perto, essa famosa escultura do Ron Mueck. A obra está exposta no Hirshhorn Museum, em Washington DC, que abriga obras de arte cotemporânea. Essa escultura de Mueck não tem título, mas é conhecida, mundialmente, como "Big man". A perfeição dos detalhes é um espetáculo: unhas, veias, olhar, rugas. Fiquei um tempão olhando pra ela (e tendo a nítida impressão de que, mesmo tão pequena como sou, Big man também me olhava...).


Essa cena não merecia mesmo ser eternizada? Não é de cair o queixo a elegância dessa senhora vestida de verde, ao lado dessa parede laranja, numa das centenas de salas do American Art Museum, em Washington DC?? Eu não resisti. Pintaria um quadro, se soubesse, mas minha aptidão para o desenho nunca foi além da casinha com chaminé. Que pena...


Os cafés/restaurantes dos museus de Washington são assim: espaçosos, bonitos e imponentes, como esse do American Art Museum. Era uma delícia sentar numa dessas mesinhas após ter passado três ou quatro horas andando pelo museu. Uma pausa merecida antes de começar o turno da tarde. Sinceramente, eu não queria outra vida.


Adorei registrar esse casal se deliciando com os quadros e vitrais expostos no American Art Museum. O que é mais bonito? Oh, dúvida cruel, né não? De tirar o boné...


Eu adorei esse prédio que guarda os Arquivos Nacionais dos EUA. O tempo todo ficava imaginando a delícia de se debruçar em pesquisas num local como esse. A-d-o-r-o.