terça-feira, dezembro 01, 2009
Lolita Cravo e Canela
Foram mais de 600 clicks para chegar as 10 fotos exigidas para a exposição de "Lolita Cravo e Canela", meu projeto final no Curso Básico de Fotografia, realizado durante quatro meses no Senac Lapa Scipião, em São Paulo. Em meio ao processo de escrita da biografia do editor José Xavier Cortez, que tem me tomado no mínimo 8 horas por dia, a experiência de bancar a fotógrafa foi, por assim dizer, tão maravilhosa quanto desgastante.
Para chegar a esse número superlativo de clicks, fiz cinco ensaios fotográficos com minha filha, Tailane(Tatá) Morena, de longe minha modelo favorita. A cada sessão de fotos, Tatá agia do mesmo modo, sempre me oferecendo doses generosas de paciência, cumplicidade e, por que não dizer, profissionalismo. Todas as sessões foram realizados à noite ou nos finais de semana e, mesmo assim, Tatá estava sempre pronta a sugerir poses, criticar, dar sugestões (mesmo após enfrentar cinco horas de aula, curso de dança, coral, lição de casa).
Devo tudo a ela, à sua beleza exótica e à sua infinita capacidade de fazer com que eu me reinvente sempre. As 10 fotos selecionadas para o projeto já estão disponíveis na minha galeria do Flickr. Para vê-las basta clicar aqui. Lembre-se de que, chegando lá, você pode clicar sobre as fotos para vê-las ampliadas.
Essa foi uma que ficou de fora da seleção final.
No decorrer dos dias, vou inserir mais algumas fotos no Flickr, uma vez que, por falta de espaço, acabaram ficando fora da edição final do projeto (como essa aí de cima, que eu adoro). Até porque cada aluno tem direito a inserir, no máximo, 10 fotos na exposição, que será realizada na própria escola, a partir de janeiro.
Juntamente com a professora Rita Domiciano, todos os alunos contribuíram com opiniões para a escolha das fotos do grupo. Foi um sufoco chegar a um número tão reduzido, tamanha a qualidade e variedade de temas da turma. Cada aluno fazia sua própria "primeira edição" e levava cerca de 60 fotos para a turma analisar. Um processo de muito aprendizado, sem dúvida.
Abaixo, mais uma foto escolhida para o projeto final, seguida de um pequeno trecho extraído da fundamentação teórica deste trabalho:
"O ensaio fotográfico Lolita Cravo e Canela pretende render homenagem ao romance Lolita, obra-prima do russo Vladimir Nabokov. Lançado em 1955, o livro é considerado um dos textos fundamentais da literatura do século XX.
A ideia é oferecer um passeio fotográfico pelo romance nobokoviano por meio da releitura imagética de sua protagonista, cuja plástica foi originalmente criada para atender ao ideal clássico de beleza norte-americano: uma ninfeta loira, de olhos claros e cabelos lisos. Neste ensaio, a ideia foi brincar com esse estereótipo, apresentando uma Lolita, por assim dizer, tipicamente brasileira, fruto de miscigenação entre portugueses, negros e índios. Uma jovem que bem poderia, daqui a alguns anos, servir de intérprete a outra personagem forte, mas dessa vez, da literatura nacional: a heroína Gabriela Cravo e Canela, do romance homônimo de Jorge Amado.
Utilizamos como referência as cenas clássicas presentes no romance e que, por sua vez, também serviram de inspiração aos dois cineastas que levaram o livro às telas. Stanley Kubrick, em 1962, foi o primeiro a fazê-lo, optando pela filmagem em P&B, o que propiciou uma abordagem imagética mais clássica, elegante e, nem por isso, menos perturbadora. Já Adrian Lyne, na refilmagem de 1997, em cores, explorou um lado mais solar da protagonista, valorizando, principalmente, as impressões recebidas pelos leitores na primeira metade do romance de Nabokov. A nosso ver, os dois pontos de vista são corretos e complementares, de modo que vimos como interessante a possibilidade de unir as duas propostas: fotos em cores e em P&B.
Para concretizar este ensaio tomamos como base as seguintes obras:
1.Lolita, Vladimir Nabokov, Companhia das Letras, 1998.
2.Lolita, Stanley Kubrick, 1962, EUA.
3.Lolita, Adrian Lyne, 1997, EUA.
4.Alice in Wonderland, Vogue USA, december 2003 (Annie Leibovitz and Natalia Vadinova).
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2 comentários:
Linda!
minha Tatá!
tatazinha! pra mim não vai crescer nunca.
minha menininha!
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