terça-feira, outubro 28, 2008

Presente Potiguar




Eu mereço uma overdose de Roberta Sá. Na veia. Depois de uns 20 dias inacreditavelmente cansativos, ontem terminei um trabalho que, sinceramente: ou eu acabava com ele ou ele acabava comigo... E como o sertanejo é antes de tudo um forte, eu acabei com ele, claro. E precisava comemorar em grande estilo... Por isso, hoje resolvi me dar um monte de presentes. Um deles foi escutar Roberta Sá durante uma hora.

A moça é minha potiguar preferida. Perde só para Câmara Cascudo, que é hours concours, convenhamos. Quanto mais eu a escuto, mais me apaixono por sua voz, seu jeito doce, seu sorriso. Sinto-me na obrigação de compartilhar. No vídeo acima, vocês têm acesso a “Janeiros”, uma das minhas músicas preferidas do segundo e excelente CD da moça, intitulado: Que belo estranho dia para se ter alegria. Agora, se você quiser saber qual é a minha preferida dentre todas as músicas já gravadas por essa potiguar há tempos radicada no Rio de Janeiro, basta clicar aqui e ir até o final da página. Se ainda não viu, vá lá!

domingo, outubro 26, 2008

Carta ao pai




Querido pai,

Hoje você faria aniversário, caso ainda estivesse aqui com a gente... E lá se vão 22 anos sem poder ao menos ligar pra você e dizer: “- Alô, pai?! Tudo bem? Feliz aniversário!! Tá ficando velho, hein?”

Um texto simples, coloquial, plausível... Mas, para mim, sempre tão impossível... Mais de duas décadas de impossibilidades, ausências, vazios. Engraçado como sempre me comoveu essa situação específica de não poder sequer telefonar pra você. É estranho admitir, mas isso sempre me tocou de maneira muito mais forte do que a carga costumeiramente pesada que envolve o próprio “Dia dos Pais”. Não sei explicar o porquê. O fato é que, ao longo dos anos, quando volta e meia escutava algum amigo falando com o pai ao telefone era aquele baque... Imediatamente vinha uma vontade imensa de chorar... Era como se esse simples evento na vida da outra pessoa simbolizasse todo o rol de acontecimentos que eu havia perdido em relação a você.

Então, em uma fração de segundos, minha memória trazia à tona milhares de outras inviabilidades acarretas pela sua perda: as formaturas que você nunca assistiu, os namorados com os quais nunca implicou, as minhas poesias, textos e livros os quais você nunca leu nem tampouco criticou ou elogiou... Meus filhos – e isso é o pior de tudo – que você nunca conheceu... Os dramas, as alegrias, meu trabalho, minhas escolhas, acertos, equívocos... As discussões que nunca tivemos sobre horários, comportamento, roupas, festas e outras questões adolescentes e juvenis... Mas a verdade é que minha memória do que não vivemos sempre foi repleta de lembranças imaginadas, criadas, produzidas pela imensa vontade de que tivessem realmente existido...

Ah, pai... Eu daria qualquer coisa para travar um diálogo de dois minutos com você.

Mas, o que eu diria? Bem, acho que eu perguntaria se você consegue ver a mim, minha irmã e minha mãe todos os dias, daí de onde você está. Perguntaria se consegue acompanhar o crescimento dos seus netos. Questionaria se consegue sentir quando estamos alegres ou tristes... Afinal, será que escuta quando, à noite, eu peço para você iluminar meus caminhos? E como é o lugar onde você está? É no mesmo lugar onde estão meus avós? Você pode ficar junto deles o tempo todo? O que você mais gosta em mim? E do que menos gosta? Sabe que minhas frutas preferidas são jabuticaba e pinha e as do Yuri também? O que acha dos olhos de índia da Tatá? O que pensou do modo como ela chegou em nossas vidas, arrebatando nossos corações sem avisar? Você escuta quando o Yuri toca bateria? Escutava quando a Verônica tentava tocar violino só pra agradar minha irmã? O que achou das poesias que escrevi para você? E qual delas prefere: “A linha do trem”ou “Personalíssimo”? O que achou de eu ter encontrado, aos 15 anos, exatamente um ano após ter perdido você, um menino que traz o seu nome no sobrenome dele, cujo signo é o mesmo que o seu e cujo jeito um tanto autoritário esconde um coração de manteiga derretida – exatamente como o seu? E como viu o fato de eu ter escolhido esse menino para viver ao meu lado para sempre? Acha que Freud explica ou complica tudo isso?

Querido pai, pensando melhor... Acho que eu precisaria de bem mais do que dois minutos para falar com você... Mas, ainda assim, juro que daria tudo o que tenho nem que fosse só pra ouvir você dizer: “- Alô? Filha? Sim... Estou aqui...”

Pai, encerro essa carta com um cena verdadeiramente especial pra mim porque simboliza tudo o que tenho sido nos últimos 22 anos sem você: uma eterna criança que pula, dança, salta e se desdobra... Só pra agradar ao pai...



sábado, outubro 25, 2008

Motivos





Escrevo porque tenho fome.

Escrevo porque apeteço.

Escrevo porque me arrisco,

Risco, rabisco e me esqueço.

Escrevo porque é difícil ter quem realmente escute...

Escrevo porque mereço saber bem mais sobre mim.

Escrevo porque sou filha.

Escrevo porque pari.

Escrevo porque me custa pensar em não existir.

Escrevo pra preservar o tempo e as emoções.

Para resgatar histórias.

Unir fios de memórias

e criar tapeçarias,

cores, realces, poesias

sobre os eventos de outrora.


Goimar Dantas
São Paulo
Madrugada de 13-10-08

quinta-feira, outubro 23, 2008

Haikai da redenção





Pra minha alma
encontrar salvação:
basta a poesia desta oração.

Goimar Dantas
São Paulo
23-10-08

domingo, outubro 19, 2008

Caminho para as estrelas





O desejo está se aproximando.
Vem por trás, como um bandido.
Estremeço.
Posso sentir seu hálito quente em meu pescoço.
Está armado e dispara sua língua.
Ela atinge em cheio a penugem indefesa que recobre minha nuca.
Rendo-me em arrepios frios,
mas logo vem a febre,
o calor,
a chama.
O fogo se espalha.
Transforma meu peito em brasa.
A mesma que marca meu coração com novas iniciais.
Viro bicho de fazenda:
potranca exibindo o couro marcado pelo dono.
Um sujeito forte e possessivo
(como tem de ser).
Ele monta sobre mim.
E faz de meus cabelos rédeas.
Começo um galope selvagem.
Atravesso vales, prados, campinas.
Mas em poucos segundos,
já não galopo:
flutuo.
E alcanço as estrelas.

Goimar Dantas
São Paulo
29-09-08


quarta-feira, outubro 15, 2008

À minha Sherazade, com carinho





Aos 10 anos de idade, uma de minhas redações foi selecionada como a melhor da classe. Nessa ocasião, minha professora Thaís achou por bem gastar uns cinco minutos de sua vida tecendo elogios sobre minha capacidade de contar histórias.

Eu não cabia em mim de felicidade... E jamais vou esquecer a sensação de ver meu texto sendo reproduzido na lousa por uma de minhas amiguinhas (a que tinha a letra mais bonita), de modo que todos pudessem copiar a tal história.

Thaís foi a professora mais doce e também a mais interessada em nos fazer amantes dos livros para sempre. Todos os dias, pedia pra gente guardar o material 15 minutos antes de bater o sinal e se dirigia para porta da classe. Encostava-se ali numa atitude relaxada, abria um livro e nos contava uma história. Simples assim.

Era um momento mágico para todos nós. Grudávamos os olhos nela para melhor absorver seus gestos e reações enquanto narrava fábulas e lendas... Segura de seu método, minha Sherazade tinha sempre a inflexão de voz perfeita para cada personagem e situação descrita nas páginas à sua frente.

Aquelas foram as minhas primeiras viagens literárias uma vez que, por motivos vários, o hábito da leitura não existia em minha casa. Conduzida pela voz de Thaís, visitei florestas encantadas, habitats de fadas, bruxas, gnomos... Fui ao Egito e também ao Oriente Médio. Usei jangadas, trens, estradas, balões. Thaís era assim, não medida esforços para nos mostrar um mundo que transcendia os muros da Escola Estadual de Primeiro Grau Jayme João Olcese, em Cubatão.

Lembro perfeitamente de seu rosto, de seus cabelos cacheados, seu sorriso, seu modo de se vestir. Adorava quando ela vinha de macacão jeans. Combinava perfeitamente com seu estilo pouco formal. Impossível também é esquecer seus olhos grandes e castanhos nos fitando sempre com tanta atenção...

Infelizmente, a vida fez com que eu perdesse de vista a minha professora Thaís. E, provavelmente, ela nem desconfia que ao escolher minha redação e elogiar meus dotes de “contadora de histórias” de modo tão especial, acabou definindo meu destino para sempre... Naquele momento eu soube que passaria a vida escrevendo. Afinal – pensava eu – tudo o que queria era sentir aquela felicidade de novo. A felicidade de se fazer o que ama e, ainda por cima, tocar o coração das pessoas com isso.

Thaís foi a primeira a me apontar o caminho. E sempre terá lugar cativo na minha memória e no meu coração. Neste Dia dos Professores, tudo o que queria era poder dizer isso a ela...


segunda-feira, outubro 13, 2008

Confissões






A Royal Scottish Academy Building é um prédio anexo à The National Gallery of Scotland. A função desse “anexo” é sediar exposições temporárias, como a de Andy Warhol, intitulada “What’s on?”, que tive a oportunidade de ver em setembro de 2007. Bem... Eu infelizmente não sou especialista em artes plásticas... Quem me dera... Mas isso não é empecilho para expressar o que sinto quando vejo um quadro, um esboço, uma exposição. Sentir é uma coisa... Discorrer com propriedade é outra. E o que eu sinto é que eu não troco a única orelha do Van Gogh pelo Andy Warhol todo...

Sei lá... Eu olho tudo aquilo e digo: “Puxa, legal...” E só. É como Jazz... Nunca rolou pra mim. Nunca achei graça. Escuto um acorde e, pronto! Lá vem bocejo... É batata. Já tentei tomar John Coltrane na veia, mas o máximo a que cheguei foi a uma overdose de tédio. Não adianta. Depois disso, desisti. Sou mais Clara Nunes cantando "Feira de Mangaio". AMO.

Já o que vi na The National Gallery of Scotland... Nossa... Ficava arrepiada, boquiaberta, sem ar... E nem por isso eu sabia se o que estava olhando era dessa ou daquela tendência/corrente. Sei que parecia um sonho ver obras de Raphael, Velásquez, Van Gogh, Monet, Rembrant, El Grego, Degas, Cézanne... Todas, assim, próximas umas das outras...

Isso não quer dizer que eu não aprecie artistas contemporâneos. Ao contrário, adoro Beatriz Milhazes, João Câmara, Janaína Tschäpe, Vick Muniz, Adriana Varejão e, meu preferido, John Nicholson... Não se trata da briguinha Clássicos X Contemporâneos. O que está em jogo é só gosto pessoal mesmo. Sem teses ou muitos argumentos. É sentimento. Puro sentimento.

Mas, voltando ao Andy, confesso que adorei esse inusitado dos organizadores da exposição, que bolaram enrolar as pilastras da Royal Scottish Academy Building com essas ilustrações das latas da famosa Sopa Campbells, tão representativa da arte daquele artista pop. Achei divertido, provocativo, original. Adjetivos que, sei, têm muito a ver com senhor Warhol... Entendo que ele provocou rupturas, discussões, reflexões. Sem dúvida, um artista. Mas a verdade é que nunca me arrepiou a penugem da nuca. Pena. Pior pra mim.


Enquanto isso, arrepiando a minha nuca...

sábado, outubro 11, 2008

Tema para Isaura







Ponho o dedo na ferida
Só pra ver sangue jorrar.
Não temo o corte do açoite.
Antes, fujo pela noite.
Se sou escrava é de amar.


Goimar Dantas
São Paulo
o8-10-08


quinta-feira, outubro 09, 2008

Oásis


Eu tenho sede do sal

do corpo que sai do mar

caminhando pela areia

(oferenda de Iemanjá).



Fonte de língua,

saliva,

águas pra se queimar.

Um desassossego líquido

Fogo de estrela solar.


Um rito,

um risco,

um pecado.

Um inferno, assim, molhado.

Paraíso e perdição.


Um deserto no oceano,

oásis de um outro plano,

delírio de peregrino,

arte final do Divino.



Corpo-poço de desejo.

Um infinito!

Um lampejo!

Onde me lanço

e me jogo

na ânsia por me afogar.


Goimar Dantas
São Paulo
09-10-08


segunda-feira, outubro 06, 2008

Sobre um novo amor




Já fazia tempo que eu não me apaixonava pra valer, mas, no último mês de setembro, aconteceu. Vivi sensações intensas tendo a sorte de poder prolongá-las ao meu bel prazer. Atingi não sei quantos clímax e perdi a conta dos suspiros nascidos dessa felicidade. Entreguei-me a uma história conduzida com maestria e não foram poucas as vezes em que pensei em largar tudo para me dedicar somente a ela. Minha cabeça, minha alma e meu coração se tornaram reféns cativos do Corpo Estranho e incrivelmente perturbador criado pela escritora Adriana Lunardi.

Para mim, não há nada melhor do que me entregar aos textos e contextos descritos por autores que têm na poesia e no amor pela palavra o seu fundamento máximo de trabalho. E é assim com Adriana Lunardi. E também é assim com outra Adriana, a Lisboa. Escritora para a qual eu também tiro o chapéu, o boné e a boina.

O fato é que ter descoberto Adriana Lunardi nesta Primavera que começou tão fria em São Paulo foi um deleite. Uma espécie de delírio suficientemente forte para me manter aquecida. E, como acontece sempre que me apaixono, entrei em estado prolongado de êxtase. Meus olhos estão mais brilhantes, meu coração mais acelerado, meus sentidos aguçados.

Já experimentei grandes amores literários. O primeiro foi aos 15, com Machado de Assis. O Bruxo do Cosme Velho me enredou em suas linhas e entrelinhas para sempre e, ainda hoje, tenho palpitações quando folheio qualquer coisa que ele tenha escrito. Depois, veio Gabriel García Márquez, seguido de Manuel Bandeira. Na seqüência, tive vários amantes, é verdade, mas nada tão significativo quanto meu encontro com Jorge Luis Borges. Flutuo sem paradeiro só de ouvir o nome do criador de Ficções... Cheguei a pensar que nunca mais sentiria algo tão forte, até que surgiram João Guimarães Rosa e Adélia Prado. Outros desses amores que, julgo, serão eternos.

E agora vem Adriana Lunardi. E mal posso esperar para ler Vésperas e As meninas da torre Helsinque – seus dois livros anteriores, muito festejados pela crítica e já traduzidos em vários idiomas, inclusive o croata. Não me estenderei sobre a trama de Corpo Estranho. Isso você pode ler clicando aqui ou em vários outros textos disponíveis na internet. O que eu queria mesmo era falar de paixão, de amor, e do modo como tudo isso está, a meu ver, conectado ao reino das palavras. Adriana Lunardi foi agraciada com o dom de usá-las com profundidade e poesia. Um feito raro. E sempre que deparo com raridades de magnitudes estelares, me permito falar menos e sentir mais.

E como todo amor que se preze tem a sua música...


sábado, outubro 04, 2008

quarta-feira, outubro 01, 2008

Na terra de Shakespeare

Em setembro de 2007, há exatamente um ano, estive por dois dias na pequena cidade de Stratford-upon-Avon, terra natal de William Shakespeare, na Inglaterra. Localizada a cerca de duas horas de Londres, é considerada o segundo destino turístico mais visitado do país. São aproximadamente 10 roteiros de passeio oferecidos aos viajantes de todo o mundo. Algumas das principais atrações da cidade são as cinco casas onde viveu o escritor – todas transformadas em museus de estilos variados. A principal é a Shakespeare’s Birthplace (essa casa aí da foto, onde estou dando uma de Rapunzel. Foi justamente nela que Shakeaspeare nasceu, em 1564), considerada um dos marcos turísticos mais famosos de toda a Grã-Bretanha. Nesse local o escritor passou os anos mais importantes para a sua formação. A casa foi transformada em um moderno museu que consegue aliar passado e presente, na medida em que os visitantes podem apreciar as primeiras edições de suas obras tanto em cópias impressas quanto digitalizadas. Os monitores são uma simpatia e te explicam tudo e mais um pouco.


Essa fonte data de 800 anos. As esculturas de cisnes foram inseridas no local como forma de comemoração pelo aniversário de oito séculos da fonte. Os cisnes são aves muito comuns na cidade, que têm hotéis e casas de comércio cujos nomes também fazem referência a essas aves.


A começar pelos tradicionais ônibus de turismo, todos os passeios têm guias e atores trajados à moda elizabethana, sempre acompanhando os visitantes pelos roteiros de passeios. A preservação da arquitetura e dos espaços tais e quais aos da época vivida pelo autor de Hamlet é uma atração à parte, bem como os jardins milimetricamente bem cuidados que emolduram as casas e lugares públicos da charmosa Stratford-upon-Avon. Até agora não sei porque eu estava rindo tanto quando essa foto foi tirada... Acho que era de nervoso. Tá certo que o roteiro é lindo, mas eu quase congelei nesse passeio... Quem me conhece sabe que minha tolerância às baixas temperaturas simplesmente inexiste. Não conheço ninguém que sinta mais frio do que eu. O caso é realmente grave. Costumo dizer que quando venta em Santa Catarina eu já me cubro aqui, em São Paulo. Alguém tem de inventar um casaco com aquecedor acoplado, caso contrário, continuarei dando meus vexames em viagens. Nesse passeio, por exemplo, lembro que o vento cortava a pele do meu rosto de forma tão afiada que uma determinada hora enrolei minha cabeça com o cachecol, sem medo de ser ridícula... Aconteceu a mesma coisa dias depois, na Escócia. Eu parecia mais uma muçulmana de burca.... Só os olhos de fora. Um horror.


A casa que aparece ao fundo é a Hall’s Croft, onde a filha de Shakespeare, Susanna, morou com seu marido, o famoso médico John Hall. Doutor Hall era um profissional extremamente respeitado na região. Prova disso é que a casa se transformou em um museu repleto de instrumentos de trabalho do médico, bem como seus livros, anotações, desenhos da anatomia humana, descrições de casos etc. Dizem que, durante anos, a fama do médico era infinitamente maior do que a de Shakespeare.


Este é o lindo jardim da casa hoje conhecida como Nash’s House. Foi nela que Shakesperare viveu seus últimos dias. Após a morte do escritor, a casa foi herdada por sua filha Susanna Hall que, por sua vez, deixou a casa para a filha Elizabeth Hall, esposa de Thomas Nash. Esse jardim é simplesmente maravilhoso. Não fosse o frio eu teria ficado ali por horas...


Esse é o jardim da casa conhecida como Anne Hathaway’s Cottage – sem dúvida o lugar mais lindo que já visitei na vida. Uma atmosfera de sonho paira em toda a extensão da casa e do jardim extremamente bem cuidado. Foi nela que Anne, esposa de Shakespeare, passou sua infância. Foi também ali que ela e Shakespeare moraram nos primeiros tempos de casados. A título de curiosidade: os guias explicaram que o casamento de ambos era tido como muito incomum, uma vez que ela era, se não estou enganada, seis anos mais velha que ele - algo quase inconcebível para a época. Bem, o fato é que o lugar é considerado uma das atrações turísticas de clima mais romântico de toda a Inglaterra. Pena que não podíamos fotografar no interior da casa. Pena...


Esta é a Mary Arden’s House and the Shakespeare Countryside Museum – fazenda onde a mãe de Shakespeare passou a infância. O lugar possui toda a caracterização da época, com bonecos de cera reproduzindo pessoas com vestes típicas, sempre retratando os afazeres cotidianos dos camponeses do período Elizabethano.


A Holy Trinity Church é a Igreja onde o escritor está enterrado, juntamente com seus familiares. Os vitrais são lindos e impressiona ver tantas lápides não só da família de Shakespeare, mas também de outras figuras importantes da cidade. Em cada lápide, uma breve descrição sobre como foi a vida de quem está ali. Informações como nome, idade, profissão e comentários do tipo: “Morreu aos 92 anos. Um caso raro de longevidade numa época em que a maioria das pessoas morria muito cedo etc”.
Muita gente vai a Londres e desconhece esse roteiro turístico tão próximo e tão interessante. Para quem gosta de literatura, como eu, é realmente imperdível. Faria tudo de novo, apesar do frio...