Eu tenho sede do sal
do corpo que sai do mar
caminhando pela areia
(oferenda de Iemanjá).
Fonte de língua,
saliva,
águas pra se queimar.
Um desassossego líquido
Fogo de estrela solar.
Um rito,
um risco,
um pecado.
Um inferno, assim, molhado.
Paraíso e perdição.
Um deserto no oceano,
oásis de um outro plano,
delírio de peregrino,
arte final do Divino.
Corpo-poço de desejo.
Um infinito!
Um lampejo!
Onde me lanço
e me jogo
na ânsia por me afogar.
Goimar Dantas
São Paulo
09-10-08
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