quinta-feira, outubro 09, 2008

Oásis


Eu tenho sede do sal

do corpo que sai do mar

caminhando pela areia

(oferenda de Iemanjá).



Fonte de língua,

saliva,

águas pra se queimar.

Um desassossego líquido

Fogo de estrela solar.


Um rito,

um risco,

um pecado.

Um inferno, assim, molhado.

Paraíso e perdição.


Um deserto no oceano,

oásis de um outro plano,

delírio de peregrino,

arte final do Divino.



Corpo-poço de desejo.

Um infinito!

Um lampejo!

Onde me lanço

e me jogo

na ânsia por me afogar.


Goimar Dantas
São Paulo
09-10-08


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