sexta-feira, setembro 24, 2010

O som e o sentido



Semana passada, dei uma entrevista para a jornalista Miriam Ramos, da Rádio USP, juntamente com o meu biografado, o editor José Xavier Cortez. O tema foi a biografia Cortez - A saga de um sonhador, que assino em coautoria com a socióloga pernambucana Teresa Sales.

O bate-papo foi delicioso e pontuado por trilha sonora escolhida por mim e por Cortez. Cada um de nós podia selecionar 3 músicas que, na minha opinião, deram um charme todo especial à conversa. Você pode ouvir a entrevista, dividida em dois blocos, clicando aqui.

Sei que deveria ter postado isso antes, mais precisamente no dia em que a entrevista foi ao ar, em 20 de setembro, mas não deu... Estou em um ritmo de trabalho muito intenso e, por isso, só consegui divulgar mesmo no meu Facebook e no twitter (coisa rápida, muito rápida).

A verdade é que ando com uma saudade danada de escrever crônicas e relatos sobre minhas entrevistas para o livro Rotas literárias de São Paulo. Espero que, nos próximos dias, eu consiga voltar a um ritmo de vida um pouco mais tranquilo.

Em tempo: o nome deste post é um plágio descarado do título de um livro do José Miguel Wisnik, um escritor/professor/ensaista que eu adoro :)

sábado, setembro 11, 2010

Para Alice



Lendo Alice Ruiz
cessam os ruídos.
Ali se é feliz.

Goimar Dantas
São Paulo
Setembro/2010



Dia desses, estive na casa da poeta e compositora Alice Ruiz. O objetivo era entrevistá-la para meu livro Rotas literárias de São Paulo. E foi um privilégio conhecer o espaço onde a poeta cria, canta, compõe. Ali, Alice expôs sua paixão por São Paulo, por seu trabalho, por seus parceiros na música, na vida, na escrita.


O jardim de Alice: paisagem/passagem estratégica entre a sala e o escritório.

Naquele espaço verdadeiramente verde, bucólico e arejado, condizente com uma casa onde vibra o som e o sentido, Alice me recebeu munida de sorriso, simpatia, sinceridade e sensibilidade – quarteto que compõe prosas inesquecíveis. E a poeta contou e encantou. De tudo um pouco. Do pouco, muito. Do muito, múltiplas sensações.

Tomamos assento na sala, próximas ao piano. E talvez por estar sempre conectada ao espírito dos instrumentos, Alice me fez ouvir música durante todo o tempo em que durou a conversa. De sua voz brotavam cânticos, cantigas de amor e de amigo, versos em meio a solfejos.

E, vez ou outra, embalada pelas melodias, pensei ter visto nos olhos de Alice um quê de mar cujas águas, serenas, não viram necessidade de rebentar na praia de suas faces.

Era um dia de calor em pleno inverno paulistano, e no campo daquele cenário, passei mais de uma hora colhendo os frutos da memória de Alice: versos e reversos fluindo na prosa de sua história. E ouvindo Alice, em meio à colheita, tive certeza: realmente nunca escrevi haikais (como ela o faz, sabiamente seguindo as regras poéticas desse estilo). O que eu faço, no máximo, é "Raio que cai" – roubando uma expressão deliciosa criada por meu bem, meu "Maurício" para definir esse tipo de poesia que ouso praticar com poucas frases.

“Raios que caem” à parte, o fato é que, ao lado de Alice, vivi uma dessas horas mágicas que jamais se perderão no vão da memória. Até porque só se perde na memória o que não foi guardado com o pulso ritmado do coração. Daí a constatação: os momentos que passei com Alice serão como os versos daquele poema que a gente sabe de (coeur).

E para saber mais sobre Alice Ruiz, basta clicar aqui. Encerro deixando vocês com uma música linda que Alice compôs com um de seus parceiros mais frequentes: Arnaldo Antunes.

sexta-feira, setembro 10, 2010

quinta-feira, setembro 02, 2010

Dilacerado



E essa dor,
doravante?
A-dor-me(re)-ce-rá um instante?


Goimar Dantas
São Paulo
25/08/2010