sexta-feira, junho 26, 2009

Tribute to an angel




Todo texto produzido pela minha irmã é sensacional. Até aí, nenhuma novidade. Inteligência, ironia, humor e ritmo são abundantes em seus escritos. Sempre foi assim. Nasceu sabendo, a danada. E quando se trata de homenagear alguém, aí é que ninguém segura a verve da caçula do seu Pedro e da dona Maria Onélia. E hoje ela decidiu reverenciar Farrah Fawcett. Eu também teria escrito algo sobre a Pantera, caso não tivesse ficado o dia todo sem internet. But it's ok. Minha irmã já disse tudo e com a categoria que lhe é peculiar. Depois de ler o belíssimo texto dela, eu é que não ouso dizer mais nada sobre o assunto. Com a palavra, minha irmãzinha, no seu impagável blog A Madonna lavou as minhas meias. Não perca!

quinta-feira, junho 25, 2009

Mil Casmurros

One Thousand Casmurros from Livead on Vimeo.



Gostei tanto dos poucos capítulos que assisti da minissérie Capitu, transmitida pela Rede Globo, que, na época, escrevi um post falando do impacto que eles me causaram (se desejar ler o post clique aqui). Por isso mesmo, agora há pouco fiquei felicíssima em saber, por meio do ótimo blog do Marcelo Tas, que o projeto "Mil Casmurros" ganhou o primeiro Leão brasileiro no Festival de Publicidade em Cannes este ano. O projeto consistia na criação de conteúdo desenvolvido para internet. O intuito era impulsionar o lançamento da minissérie promovendo a leitura coletiva da obra de Machado de Assis. Para participar, o internauta lia um trecho de Dom Casmurro, gravava em sua webcam e mandava para o site da Globo.

Eu sou completamente apaixonada por Dom Casmurro e torço muito para o sucesso de todo tipo de projeto que, de uma forma ou de outra, incentive a leitura desta obra fenomenal.

terça-feira, junho 23, 2009

Leitores


Coisa mais linda essa cena que captei no meio da confusão da Broadway/Times Square... Se você cliclar sobre a imagem, verá que as crianças estão lendo Tarzan.


Caí de amores por esse quadro... É Chicago Interior (1933-1934), de J. Theodore Johnson, American Museum of Art, Washington DC.


A foto bem que poderia estar melhor, mas vale o registro: An Interlude, 1907, de William Sergeant Kendall.


A young girl reading, 1776, de Jean-Honore Fragonard, American Museum of Art, Washington DC.


The Artist's father, reading "L'Evénement", 1866, Paul Cézanne.


Garotinha fofa explora, sozinha, o universo ao seu redor, na Livraria Barnes & Noble, de Georgetown, Washington DC.

domingo, junho 21, 2009

José Luis Mora Fuentes



O escritor José Luiz Mora Fuentes faleceu no último dia 13 de junho, mas só ontem tomei conhecimento dessa informação. Prefiro me lembrar do Mora do jeitinho que ele está na foto acima: sorrindo, me fazendo rir, compartilhando comigo e com o meu amigo Ruy as lembranças fantásticas de suas histórias ao lado da grande escritora Hilda Hilst. As fotos deste post foram tiradas num lindo domingo de 2007, em Campinas, na Casa do Sol, local onde a escritora morava, juntamente com o amigo Mora, a esposa dele, Olga, e o filho de ambos, Daniel. Graças ao trabalho de Mora, o local foi transformado no Instituto Hilda Hilst, que promove, apóia e divulga ações culturais fundamentadas na obra da autora de A obscena senhora D.



Mora e Olga cuidaram de Hilda durante anos, principalmente na sua fase final de vida, quando ela já estava muito doente, após sofrer um acidente vascular cerebral. Devido a nossos projetos pessoais de trabalho, eu e meu amigo Ruy queríamos saber mais sobre a vida de Hilda e, por isso, entramos em contato com o Mora pedindo que nos recebesse lá na Casa do Sol. Mora foi de uma gentiliza ímpar: passou o dia batendo papo conosco, mostrando a casa, os cachorros, o terreno e a Figueira centenária tão amada por Hilda. Enquanto isso, nos contava histórias incríveis sobre a escritora, desde a epóca em que se conheceram, na juventude de Mora.



A Casa do Sol é um lugar completamente envolto em aura de magia e todo o tempo em que permaneci lá pude sentir uma energia verdadeiramente especial. Voltei "chapada", meio zonza, com os sentidos aguçados. Ao chegar em casa, ainda em transe, arrumei umas coisas, fui dormir e, no dia seguinte, escrevi um texto dedicado ao Mora, relatando minha experiência na Casa do Sol. O resultado você pode ler aqui.


Já essa foto sensacional pesquei no orkut do Mora: eram os anos 70, época em que a Casa do Sol vivia repleta dos amigos de Hilda. A escritora está em pé, com cigarro na mão, ao lado de Mora, um jovem de cabelos compridos, à sua direita. Nessa foto, também vemos a escritora Lygia Fagundes Telles, a segunda que aparece sentada, à esquerda, e o escritor Caio Ferando Abreu: em pé, o segundo à esquerda.

Só posso desejar que Mora e Hilda estejam matando as saudades, relembrando todas as suas histórias maravilhosas e se preparando para viver novas aventuras poéticas, dessa vez em outra dimensão.

quinta-feira, junho 18, 2009

Adélia Prado



Na última segunda, dia 15, fui à Biblioteca Municipal de Cubatão assistir a uma palestra com Adélia Prado, minha poeta preferida e uma das escritoras cuja obra analisei na dissertação de mestrado. Como tiete assumida da autora, fiz tudo o que tinha direito: conversei com ela antes de começar o evento, peguei mais um autógrafo (já é o terceiro), dessa vez no meu exemplar de Filandras, tirei fotos e babei oceanos enquanto ela discorria sobre prosas e poesias. Adélia estava, como sempre, inspiradíssima.

Leu poemas de Drummond e, atendendo a pedidos, leu e declamou alguns dos seus poemas, especialmente os da obra Oráculos de Maio. Para minha mais absoluta felicidade, também conheci o famoso Zé, marido de Adélia, e "muso" inspirador do belíssimo poema "Casamento", que reproduzo abaixo:


Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como "este foi difícil"

"prateou no ar dando rabanadas"

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.


Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Ed. Siciliano - São Paulo, 1991, pág. 252.

quarta-feira, junho 17, 2009

Pedrinho


Yuri, que faz treze anos hoje, bancando o bad boy, em Salvador.

Meu filho Yuri Dantas Pedro está fazendo treze anos hoje. Um príncipe que vem da dinastia dos Pedros. Seu pai é Maurício Pedro. Seu avô paterno, José Pedro. Seu avô materno: Pedro Dantas. Seu bisavô paterno: Pedro. Já o bisavô materno... Ora...Também se chamava Pedro.

É oficialmente um adolescente, mas, para ele, isso não faz muita diferença. Ao mesmo tempo em que já teve pilhas de namoradas e anda esbanjando as rebeldias da idade, continua brincando de espadinha, todos os dias, com a molecada do prédio. Grita, corre, sobe em tudo, pensa que é o Batman. Nessas horas, acredita piamente que é herói, defensor do universo, Harry Potter capaz de derrotar o bruxo Valdemor. Só falta quebrar os móveis da nossa casa quando brinca de lutinha com a irmã. É muito grande, forte, faixa verde em karatê, mas continua não tendo dimensão de que seus chutes podem derrubar coisas e machucar pessoas. Detesta estudar, mas ama a escola porque é lá que encontra um monte de amigos.

Adora festas, gosta de nadar, de viajar, de andar de skate, de dormir tarde e acordar cedo. Ama comer besteiras e perde a cabeça quando tem de dividir doces com alguém. Só assim seu egoísmo dá mostras. No mais, é um mão aberta. Adora doar roupas, livros, material escolar, móveis, bicicleta, qualquer coisa. É apaixonado por crianças pequenas e pode passar horas cuidando e brincando com elas.

É um músico promissor. Louco por rock e pop, toca bateria muito bem. Entretanto, está odiando ir às aulas ultimamente porque chegou a fase de aprender samba e pagode. O professor, com razão, quer que ele conheça um pouco de todos os ritmos, mas Yuri se recusa. Diz que “Pagode, não, pelamordedeus!!!!” É um sonhador, acima de qualquer coisa. É também carinhoso, brincalhão, sedutor, inteligente, ótimo contador de histórias e piadas.

Criativo até a medula, produz textos divinos, mas morre de preguiça de escrever. Também se recusa a aceitar a existência de acentos e vírgulas, para meu total desespero.

A música que postei no vídeo abaixo resume o seu perfil durante toda a infância. A mesma que ele insiste em prolongar. Quando a ouvi pela primeira vez, há anos, enchi os olhos d’água. Estavam, afinal, descrevendo o meu filho.

terça-feira, junho 16, 2009

A minha mais completa tradução...



Minha amiga Cássia, do lindo blog Sobre meus amores, pediu que eu lhe enviasse uma foto e fez esse mimo maravilhoso para mim... Artista de cores, tons e imagens que ganham vida com sua criatividade inesgotável, Cássia tem essa mania ímpar de traduzir a gente com arte.

Eu adorei o resultado, especialmente as colagens de miniaturas de máquinas de escrever. Mas também amei o papel de carta que ela escolheu como pano de fundo, repleto de textos que me enchem de curiosidade. Que será que dizem? Seriam cartas de amor? Eu estou toda prosa (e versos) por ter recebido essa homenagem da minha amiga, que está morando lá em Curitiba.

Para conhecer melhor os trabalhos da moça, é só dar um chego lá no blog dela, ou então clicar aqui. Presenteie seu dia com mais cores e amores! Vai lá!

domingo, junho 14, 2009

Outras imagens e memórias de viagem



Quando tinha sete anos, minha mãe me levou pra fazer um teste no Conservatório Municipal de Cubatão, de modo que eu concorresse a uma vaga, disputadíssima, nas aulas de balé oferecidas pela instituição. A professora tinha uma cara péssima e, desde o primeiro momento em que entrei na sala, lançou sobre mim um olhar "carrasco" - embora eu ainda não conhecesse essa palavra. Mas o fato é que pude senti-la na espinha, solidificada por aqueles olhos frios, analíticos e descrentes da "educadora".

A mulher me mandou cruzar a sala na ponta dos pés. Depois, eu deveria saltar e chegar ao chão com as pernas juntinhas, só que os pés, esses deveriam estar cada um apontando para um lado(!!!!). Também pediu pra eu saltar com os braços levantados, em arco. Eu não tinha nem a classe nem a elegância necessárias para isso. À época, aliás, minha especialidade era subir com incrível desenvoltura lá no pé de Seringueira do meu quintal. Se houvesse teste para isso, certamente eu ganharia em primeiro lugar, enchendo de orgulho a molecada da minha rua. Mas eu estava era em um teste para meninas finas e delicadas. Nesse contexto, minha performance se resumiu a um festival de horror. Fui sumariamente reprovada, claro, para desgosto de minha mãe.

Mas, a despeito daquela professora me fazer sentir um patinho feio e desengonçado em idade tão tenra, consegui sobreviver. E o que é mais incrível: sem odiar balé - o que, acho, seria perfeitamente compreensível. Ao contrário, admiro profundamente bailarinas e bailarinos, sejam reais, sejam representados sob forma de arte.

Dentre os que estão na categoria "reais", minha preferência recai sobre o homem-pássaro Mikhail Baryshnikov - alguém a respeito do qual ainda escreverei por aqui. Já dentre os que existem apenas na seara das criações artísticas, minha eleita é a eterna bailarina de Degas (Little dancer aged fourteen, 1922), linda, imponente e majestosa, com sua saia rodada.

Vi a exposição de Degas em São Paulo, há uns dois ou três anos, mas rever essa bailarina lá na National Gallery of Art, em Washington DC, foi também um deleite que, paradoxalmente, me lembrou aquele malfadado teste feito na infância. Só me restou sorrir, sozinha, lá na galeria. Nada como o tempo para transformar sofrimento em texto e, até mesmo, em sorriso...


Devo ao cinema minha admiração pelas obras de Auguste Rodin. Não fosse ter visto o maravilhoso filme Camille Claudel (1988), ainda na adolescência, provalmente eu demoraria ainda mais para saber sobre a existência do mestre francês. Não pude ver suas peças quando expostas aqui em São Paulo, na década de 90. Por isso, mal pude conter a alegria quando, ao caminhar entre as esculturas da National Gallery of Art lá de Washington DC, deparei com uma de suas obras mais famosas: O beijo (Le baiser). Não é linda?


Woman with a parasol - Madame Monet and her son, 1875, National Gallery of Art, Washington DC. Por coincidência, minha filha Tatá tinha passado o bimestre estudando Monet nas aulas de arte, na escola. Ela adora esse quadro e quando o vi lá no Museu, lembrei demais da minha pequena-grande-menina...


Cape cod evening, Edward Hopper, 1939 - National Gallery of Art, Washington DC.
Mais um quadro do Hopper me fazendo perder o fôlego, adoro...

terça-feira, junho 09, 2009

New York Times


O visual megacolorido da Times Square, juntamente com a multidão de turistas.

Cheguei de viagem ontem. Foram cinco dias em Washington e 4 em Nova York. Preferi mil vezes a capital dos EUA à chamada Big Apple. Achei Nova York um misto de Shopping Iguatemi com 25 de Março. Templo do consumo, lojas, camelôs e turistas de todas as nacionalidades completamente enlouquecidos e cheios de sacolas. Mas há que se registrar: o lugar onde fiquei hospedada contribuiu muitíssimo para essa impressão que, sei, é fruto do pouco tempo em que estive lá. Estou certa de que a cidade tem muito mais a oferecer, basta tempo pra pesquisar com calma.

Ficamos na Rua 47, do ladinho da Broadway e da Times Square, ou seja: no olho do furacão. Milhares de turistas se atropelando nas ruas, confusão, poluição visual – que é tanta que acaba virando uma atração à parte, para quem gosta. Eu achei tudo excessivo, não é minha praia. Pelo menos na fase em que estou.

Quanto aos preços das coisas: os aparelhos eletrônicos realmente são mais acessíveis do que aqui no Brasil e vale a pena comprá-los por lá. Por isso, optei por adquirir minha máquina fotográfica profissional na cidade, mais precisamente na BH, uma loja sensacional especializada em equipamentos fotográficos. Quero fazer um curso em breve e precisava do equipamento. Já o preço das roupas, sapatos e acessórios de marcas famosas não refrescaram muito pra mim... Até entendo que sairia mais barato comprar em Nova York do que no Brasil, mas, mesmo assim, achei os valores absurdos.

Gostei de um vestidinho soltinho e florido à venda lá na Macy’s. A princípio, eu nem tinha visto qual era a marca. Quando fui checar o preço: 130 dólares. HAHAHA. Então, tá... Só então fui ver a etiqueta e descobri que era da Calvin Klein... Tô fora. Posso encontrar um modelo também florido, soltinho e bem bonito na Rua Zé Paulino, aqui em São Paulo, por 50 ou 60 paus. Tá ótimo.


Encontrei mais multidão e camelôs no Soho...

Tentei fugir da Times Square e imediações e corri pro Soho esperando ver o bairro charmoso sobre o qual eu já tinha lido e ouvido falar tanto. Que nada... Ao sair do metrô, o que vi, de cara, foram mais camelôs, lojas e uma multidão disputando espaço nas calçadas, entre os ambulantes.


Lindos esses prédios do Soho (esses um pouco fora da rota das compras).

Ressalto, entretanto, que havia algo imperdível no lugar: a arquitetura lindíssima dos prédios - esses, sim, cheios de charme. Fiquei apaixonada e todos realmente faziam jus ao que eu esperava. É a maior concentração do mundo de arquitetura em ferro fundido. De acordo com o Guia da Folha: “as fachadas com desenhos intrincados foram forjadas em massa, mas são hoje em dia peças raras de arte industrial”. Só na Green Street são 50 prédios, em cinco quarteirões de ruas de pedra. Todos foram localizados entre 1869 e 1895.


Essa é minha imagem preferida de Nova York. Achei lindo ver as crianças brincando na fonte da Washington Square.

Do Soho, andamos até outro bairro tido como morada de artistas, escritores e personalidades ligadas à arte e à cultura: Greenwich Village. Mas aí já era o penúltimo dia da minha viagem e eu estava muito cansada de andar, andar e andar atrás dos pontos turísticos de cada bairro. Paramos pra descansar e nos rendemos a um final de tarde maravilhoso e ensolarado na Washington Square: uma praça onde se reúnem centenas de pessoas para caminhar, tomar banho na fonte, tocar seus instrumentos ao ar livre, buscar sol, verde, ar puro. Muitas performances de artistas, lindas crianças, uma atmosfera realmente positiva e contagiante.


Um arco-íris deixando a Washington Square ainda mais bonita.

Sobre os museus: fui apenas a dois dos principais museus da cidade: o Museu de Arte Moderna (Moma) e o famoso Guggenheim Museum. Affff... que confusão: diferentemente dos museus em que estive em Washington (gratuitos, muito mais espaçosos e com infra-estrutura superior, incluindo seguranças em praticamente todas as salas e corredores, equipes do setor de informações gentilíssimas e preparadas, fartura de materiais impressos explicando as obras e os pontos altos do museu, cafés e restaurantes gigantescos e arejados), nesses dois tive de pagar cerca de 20 dólares a entrada, pegar filas enormes e disputar a visão de cada obra com outras tantas pessoas que nem se importavam em passar entre mim e os quadros.

A meu ver, não faria mal uma equipe de seguranças mais eficaz, de modo a organizar um pouco as coisas. Da mesma forma, faltaram mapas e impressos mais elaborados (para quem dispõe de pouco tempo para as visitas, eles são essenciais porque podem conter, por exemplo, as indicações sobre os pontos altos do museu. Algo como: “Se você tem apenas uma hora, confira as obras x, y e z, consideradas os pontos altos deste museu” etc ). Faltavam, até mesmo, sanitários (no museu Guggenheim encontrei apenas um banheiro no andar térreo e, ainda assim, era unissex. Imagino que deve haver outros por lá, bem mais espaçosos, mas, se é assim, não estão bem sinalizados).


Achei linda a imagem dessa menina tão pequena, de costas, com essa roupa fofa, olhando a imensidão do Guggenheim.

Outra coisa: dos seis andares do Guggenheim, dois ou três eram dedicados à exposição de desenhos (plantas arquitetônicas) elaboradas pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, considerado o maior inovador da arquitetura americana e criador do famosíssimo prédio do museu – um edifício circular lindo, mas que me deixou tonta, tonta, tonta... Eu rodava e rodava querendo encontrar as obras de pintores como Pablo Picasso, Monet, Paul Cézanne... Mas só achei uma poucas salas dedicadas a eles. Ok, essas poucas salas cheias desses quadros fizeram tudo valer a pena. Também registro que respeito muito os arquitetos e seus projetos (vejam o que eu disso sobre os prédios do Soho, por exemplo), mas, realmente, ver planta de projetos de edifícios não era o que eu esperava num museu... Ainda mais pagando 18 dólares a entrada.

Para complicar, a coleção do Guggenheim, que não pode ser fotografada, é exposta em sistema de revezamento e dois dos quadros que eu queria muuuuuuuuuuuuuuuuuito ver não estavam lá. São eles: “Paris pela janela”, de Marc Chagall e “Nu”, de Amedeo Modigliani. Tive de engolir mais essa... Putz...

Também detestei o metrô, por conta das estações: são muito antigas e mal iluminadas. Muitas me lembraram um calabouço, com portões de ferro, grades e outras coisas esquisitas que remeteram a filmes de terror.


O café do Bryant Park, na Rua 42 com a Sexta Avenida (ihhh, preciso conferir essa informação... sou péssima de endereço).

Pontos positivos da cidade: parques e praças bem aproveitadas. Amei o Bryant park, próximo de onde eu fiquei hospedada. O dia estava lindo no domingo e pude almoçar maravilhosamente bem no café existente no lugar. Saladas e sanduíches incríveis, ambiente agradável, serviço ok. No Central Park não deu tempo de ir, infelizmente.

O acervo de fotografia do Moma: incrível, apesar da muvuca e também de a gente não poder fotografar nenhuma única foto exposta lá.


My grandparents, my parents and I (Family Tree), Frida Kahlo, México, 1936.

Os quadros da Frida Khalo, também no Moma (não vi nenhum quadro dela em Washington, pode ser que existam em algum dos tantos museus da cidade, mas não vi).

A arquitetura fenomenal de NY é outro ponto forte: há edificações antigas e contemporâneas, para todos os gostos e estilos.

Assim como São Paulo: fartura gastronômica e cultural (sei que há um mundo de opções gratuitas, inclusive de museus, mas eu tinha pouco tempo e, nos dois primeiros dias, fez um frio danado e choveu, atrapalhando muito nossos passeios).


Olha que lindas essas duas moçoilas...

Moda: uma caminhada pela rua e a gente vê de tudo. Mistura de estilos, criatividade no vestir, elegância, roupas cafonas, roupas horrorosas, não importa... Tem de tudo, PODE TUDO e todo mundo parece se vestir tendo o mesmo pensamento como tema: o importante é ser feliz.

Enfim: há coisas boas e coisas ruins, como em qualquer lugar, mas, se eu puder escolher pra onde voltar um dia, será para Washington, sem sombra de dúvida.

sexta-feira, junho 05, 2009

Edição extra


Prossigo com a série Washington porque só estou em Nova York há um dia e ainda tenho muita coisa que gostaria de mostrar sobre a capital dos EUA. Essa foto, por exemplo, restrata o colorido da U Street, o berço do jazz, em Washington.



O dia estava lindo e perfeito para aproveitar um pouco o clima e a beleza do National Gallery of Art Sculpture Garden, como o nome já diz, um jardim repleto de esculturas e com uma fonte enorme no centro. Mas, nesse caso, achei que as pessoas derem de mil a zero nas esculturas, todas elas "mudééééérnas" demais pro meu gosto. Preferi observar a alegria radiante dos frequentadores do jardim, felizes pela possibilidade rara de meter os pés na água e curtir o sol. Olha só a farra dessas adolescentes... Fofas, não?



Voltando aos museus de Washington: esse mesmo prédio abriga o maravilhoso American Art Museum e o National Portrait Gallery. O museu mescla quadros e esculturas tradicionais, com exposições itinerantes de arte contemporânea e portraits diversificadíssimos. É possível ver desde fotos e quadros retratando políticos e figuras da aristocracia de épocas mais remotas até fotos atuais de celebridades e anônimos, feitas para revistas de moda e outras publicações.



Edward Hooper é o pintor americano de que mais gosto. Prefiro os quadros em que ele retrata mulheres mas, mesmo assim, adorei esses dois aí de cima disponíveis no American Art Museum. Acho as cenas do Hooper tão singelas e as cores tão lindas... Não sei explicar, mas seus quadros sempre me deixam extasiada, como quando leio um belo poema.

quinta-feira, junho 04, 2009

Washington Post



Cheguei em Nova York há poucas horas. Já é madrugada e estou um caco de tão cansada. Passei cinco dias em Washington acompanhando meu bem, meu "Mau". Ele tinha um evento de negócios, mas eu vim de abelhuda mesmo. Enquanto ele passava o dia assistindo palestras, eu visitava museus e respirava cultura por todos os poros. Passava milhões de horas vendo obras de arte e não precisava sair dos locais nem pra comer. Isso porque todos os museus onde estive possuem resturantes e cafés lindíssimos a preços bem acessíveis. A maioria abre às 10h da manhã. Eu chegava às 11h porque ia andando do hotel até eles e sempre me perdia pelo caminho. Só saía dos museus por volta das 17 horas, quando a maioria fecha.

Depois, eu voltava pro hotel e ia passear com meu bem, meu "Mau" pra conhecer uns bairros e jantar. Acho que andei uns 20 quilômetros por dia porque os museus lembram templos greco-romanos e são absolutamente gigantescos. Vi e fotografei centenas e centenas de quadros e esculturas. Vou postando o que mais gostei aos poucos, mas, por hora, fiquem com esse detalhe da minha escultura preferida: "The Reading Girl", de Pietro Magni, exposta pela primeira vez em 1862. Está na National Gallery of Art. Acho que fiquei uns 40 minutos olhando pra ela... Nunca tinha visto uma escultura que me comovesse tanto. A peça representa uma moça italiana, provavelmente lendo uma poesia sobre liberdade. No peito, a jovem traz uma medalha onde vemos a fotografia de Giuseppe Garibaldi. Linda, linda, linda... E essa luz entrando pela janela?? Ai... Foi amor à primeira vista.



Obama continua uma mania por aqui. É um presidente com status de superstar. 90% das mercadorias das lojas de souvenires lá de Washington vendem produtos estampados com a imagem do homem. Nas livrarias acontece o mesmo: há pilhas e pilhas de obras sobre o cara que disse que o Lula era "o" cara. Um fenômeno. Não sei se será assim aqui em NY. Depois eu conto.




Tá aí o céu azul mais fantástico que já vi na vida. Eram 20h57 da última segunda-feira, hora local de Washington (uma a menos em relação ao Brasil). Fiz essa foto na 7 Street, no bairro de Chinatown, pertinho do hotel onde ficamos. A rua é linda, um charme... E dá acesso aos 18 museus gratuitos da fundação Smithisoniana. Como eu já disse, passei os 5 dias visitando os museus que mais me interessavam. Foi dificílimo escolher entre eles... Detalhe: as ruas são divididas por números e por ordem alfabética. Mesmo assim, consegui me perder. Já percebi que não há planajamento urbano capaz de escapar de meu inexistente senso de direção. Exercitei meu inglês, basicamente, perguntando os caminhos aos transeuntes e às equipes dos museus. Uma vergonha: eu com o mapa na mão e, ainda assim, completamente perdida. Quando comecei a me achar e andar faceira pelas ruas do bairro onde eu estava já tava na hora de ir embora... Que situação...



Em cinco dias em Washington não deu pra ver nem metade do que a cidade tem pra oferecer. Mas, depois dos museus magníficos e da Biblioteca do Congresso, um dos lugares mais bonitos pelos quais passei foi, sem dúvida, o bairro de Georgetown. A arquitetura, a descontração típica do verão que está chegando por aqui, o clima romântico dos bares e restaurantes (que existem às centenas), gente bonita e simpática... Aliás, simpatia é uma característica do povo da cidade, de modo geral. Adorei.



A Biblioteca do Congresso me causou um impacto tremendo. Precisei me segurar pra não chorar na frente de todo o grupo que fazia o tour comigo por lá. Pena que era proibido fotografar as salas repletas de livros, muitos deles raríssimos, como a Bíblia impressa por Gutemberg (só há três exemplares no mundo. A da Biblioteca do Congresso, em Washington, a do Museu Britânico, em Londres, e a do Louvre, em Paris). Agora entendo porque os EUA dominam o mundo. Quem tem uma biblioteca dessas realmente domina o que quiser e quando quiser... Depois falo mais sobre ela por aqui. Vou dormir porque estou caindo pelas tabelas e daqui a pouco tem mais.