(Hoje assisti um clip musical - postado logo abaixo - que me impressionou muito visualmente. Além disso, a letra da música discorre sobre o tempo, a passagem sucessiva das estações, da semelhança das mulheres com a natureza... Afinal, podemos, num só dia, mesclar o calor do Verão com a angústia e a melancolia associadas ao frio do Inverno. Da mesma forma, derramamos lágrimas aos milhares durante a vida – em quantidade semelhante às folhas de Outono que caem, inevitavelmente, pelas calçadas... Mas também temos infinita habilidade para florescer, primaveris, num ciclo contínuo de amores, desejos, sonhos... Queremos muita coisa... Mas, nem sempre sabemos quando ou como... Achei que esse contexto tinha semelhanças com um dos meus poemas, que estava pela metade há tempos, e que concluí agora há pouco – muitíssimo influenciada pela música intitulada “Fleur de saison”, da linda Emilie Simon).
Eu quero um tempo pra escrever poemas
Para ver o sol em meio às invernadas
Pra desvendar os mistérios da vida
Pra ver a luz que está no fim da estrada
Uma paixão que lembre ferro em brasa
Que queime o corpo e entre noite adentro
Que inspire versos, cantares, tormentos
Que seja bruta e capaz de alterar
O meu caminho e a direção dos ventos
Que lembre a força das quatro estações
Sol de verão, sépia de outono,
frio na espinha, flores no ar!
Que traga risos e febres e fogos
Desejo ardente pelo vão do olhar...
Centro da terra, lava, atração
Magnetismo,
Explosão,
Vulcão!
Quero ser fada, floresta, prisão
Uma semente
Uma concepção...
Pra dar à luz
E iluminar
Todos os passos do meu caminhar.
Goimar Dantas
São Paulo
10-05-08
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