quarta-feira, agosto 20, 2008

Carta à Cássia (e aos seus amores...)


Minha flor,

O que dizer em um momento como este?
Que palavras teriam o poder de consolar a sua dor?
De que maneira posso fazer deste texto um instrumento capaz de levar até seu coração – bem como ao coração de toda a sua família – um pouco mais de paz, serenidade, luz, aceitação, entendimento?

Eu não tenho respostas. O que tenho é minha vontade incontrolável de dizer o quanto meus pensamentos estão com vocês nesta hora tão difícil... Tão infinitamente propensa a questionamentos, dúvidas, revoltas e, ao mesmo tempo, aprendizagens, fortalecimento, união, iluminação.

Ao conversar com você ao telefone, agora há pouco, pude sentir o tamanho monumental da sua força. Da sua capacidade de lutar e de buscar o máximo de equilíbrio possível para atravessar esse verdadeiro turbilhão.

Como mãe, tento imaginar o que eu faria em uma situação semelhante... Mas, realmente, não chego a nenhuma conclusão porque imaginar é nada face certas realidades.

Nossa jornada pessoal é realmente única. Como o são as digitais e as marcas da alma e do coração. Cabe a cada um desvendar os mistérios impostos pela vida, decodificando dores, amores, sonhos, desejos, vivências. Porém é certo que, ao longo do caminho, as perguntas não cessam.

O que tudo isso quer nos dizer?
O que devemos aprender?
Como levantar após as quedas?
Como nos portar nas tempestades?
Devemos erguer os olhos aos céus e proferir impropérios?
Ou devemos respirar fundo e tentar, simplesmente, compreender?
De que maneira retirar facas do peito sem perder ainda mais sangue?
Como conseguir uma cicatrização mais rápida?
O que o Livro de Jó – que guarda, a meu ver, todas os exemplos de dores e superações do mundo – pode nos ensinar, independentemente de termos ou não uma religião?

Minha jornada pessoal tem me ensinado que o modo como vamos digerir as experiências e os resultados provenientes delas são realmente individuais. Ocorre que não precisam ser individuais as travessias. Muito ao contrário. Essas podem e devem ser compartilhadas. E pessoas como você têm a sorte de ter ao lado uma família maravilhosa e amigos que os amam muito... E para além disso, você foi abençoada, também, pela presença próxima de seres humanos em estágios muito avançados de evolução, como seu pai e sua mãe. Basta estar perto deles para perceber o quanto impregnam o ambiente de uma energia e uma luz incrivelmente raras. É como se fossem duas estrelas apontando, sempre, para melhores direções. Não conheço sua irmã tão bem, mas, estou certa de que ela comunga das mesmas centelhas de luz (ou não teria escolhido uma profissão que é pura doação e entrega...).

E quanto ao Rogério e ao Antônio... Está claro que estarão, o tempo todo, de mãos dadas com você, aprendendo, se fortalecendo e superando cada obstáculo, com a união que caracteriza as almas gêmeas.

Finalizo lembrando que todos estamos aqui para realizar nossa missão. Mas... Qual será mesmo essa missão? Teremos, um dia, a real consciência sobre isso?

Também não sei essa resposta, querida... Quisera eu. Mas tenho livre arbítrio. Posso arriscar um palpite, por exemplo. E arrisco dizer que a missão da sua filhinha Betânia é trazer ensinamentos sobre força, fé, esperança, superação, serenidade, entendimento e, principalmente, amor. Um entendimento pleno e inquestionável sobre os seus amores...

Um grande beijo e toda a força do mundo para vocês.

Gói, Mau, Yuri e Tatá.

4 comentários:

Francisco Castro disse...

Oi, gostei muito do seu blog.

Parabéns!

Um abraço

Anônimo disse...

Oi Goimar,
Muito lindas suas palavras, copartilho de sua tristeza.
minha cabeça e pensamento também está com eles.
um beijo
lígia

poesia potiguar disse...

Oi, Lígia!

Obrigada. Estou certa de que há muita gente na mesma vibração. Vamos prosseguir torcendo para que tenham muita força e luz.

Um beijo!

Cássia disse...

Goi,
muito obrigada pela força.
Temos momentos de tristeza sim, de questionamento, mas na maior parte do tempo tentamos ser resignados e serenos. Sentimos um amor imenso por ela e isso não mudará nunca, por nada que aconteça. O amor que vem da nossa família e a alegria do Tonico nos mantém em pé.
Beijos,