sábado, novembro 14, 2009
O capitão e a sereia
Na última quinta-feira fomos assistir ao excelente espetáculo O capitão e a sereia, direção de Fernando Yamamoto, no teatro do Sesi Vila Leopoldina, aqui em São Paulo. A peça é uma adaptação do livro homônimo do talentoso escritor e ilustrador André Neves, feita pela companhia potiguar Clowns de Shakespeare.
Há anos eu não tinha acesso a uma apresentação teatral tão impregnada de lirismo, poesia e musicalidade. Acho que minhas últimas experiências nesse sentido ocorreram à época da faculdade de jornalismo, quando vi o inesquecível – e consagrado – Romeu e Julieta, de Gabriel Villela, encenado em uma praia de Santos, em pleno sábado à tarde. Pouco tempo depois, pude conferir, na mesma cidade, O auto da paixão, de Romero de Andrade Lima, numa explosão impressionante de criatividade, ritmo e performance cênica, no histórico Teatro Coliseu.
A trupe potiguar não só me presenteou com essas lembranças de juventude como me mostrou sua própria forma de fazer lirismo, cantando, tocando, dançando e narrando histórias pelas vias do coração. Um coração que, no caso específico do texto encenado, batia ao som dos ritmos do mar e do sertão.
Devo confessar que fiquei especialmente tocada pelo fato de a trupe ser potiguar, não apenas pela imediata identificação que essa conterraneidade provocou entre mim e os integrantes do grupo, mas por ter a rara possibilidade de encontrar expositores tão qualificados da cultura do Estado onde nasci, mas que, infelizmente, conheço tão pouco.
Tê-los se apresentando num teatro que fica a poucos metros da minha casa, em temporada que vai até 29 de novembro, me dá a sensação onírica de que o meu Estado, na verdade, são as pessoas que o compõe, e elas – graças aos céus! – têm asas. No caso da trupe dos Clowns de Shakespeare, as asas da arte, da paixão, da poesia e da imaginação.
E que venham outras temporadas aladas!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Goimar, será que podemos republicar esse belo texto no Diário do Capitão? Me responde no fernando@clowns.com.br, por favor. Abraço!
Postar um comentário