sexta-feira, maio 23, 2008

Saramago, Meirelles & lágrimas



Na última quarta-feira, 21, comecei meu dia fazendo tudo, religiosamente, como de costume... Levantei bem mais tarde do que gostaria, me culpei tremendamente por isso, jurei pra mim mesma que pararia de ir dormir de madrugada (faço esse juramento todos os dias e nunca cumpro), tomei café, liguei o computador e acessei o caderno Ilustrada, do jornal Folha de S. Paulo. De cara, me chamou a atenção o texto Encontro com Saramago em Cinema de Lisboa, assinado por Fernando Meirelles, diretor do filme Ensaio sobre a cegueira – longa baseado na obra homônima de Saramago. Já é notório para os que acompanham o noticiário de cultura que 80% da crítica meteu o pau no filme. Por isso mesmo, imagino o frio no estômago que o premiado diretor de Cidade de Deus e de O jardineiro fiel não estava sentido na hora de mostrar a película ao homem responsável pela história que deu origem a ela.

Pois justamente nesse texto publicado na Ilustrada o cineasta descrevia, de modo emocionante, as impressões vividas por ele quando da apresentação do filme a Saramago. Meirelles também detalha o modo como o autor português reagiu, ao final da sessão... E eu, que choro até em comercial de margarina, me acabei em lágrimas após terminar de ler o texto – comovida até a medula com toda a situação descrita... E ontem à noite, só me restou chorar ainda mais ao ver esse vídeo maravilhoso (enviado pela minha irmã), mostrando toda a cena que havia sido descrita por Meirelles no jornal ... É claro que ainda não vi o filme. Mas, pra mim, definitivamente, ele já fez história.

2 comentários:

Zilmara Dahn disse...

Adooooroooo!!!

Já vi umas três vezes. São essas coisas que me fazem acreditar que a crítica especializada é uma mondronga despeitada e com celulite!

poesia potiguar disse...

Assino sob!!!

Sempre achei que aqui a crítica - e também o público - pega pesado demais e simplesmente não valoriza nossos artistas, seus esforços, o trabalho que tiveram pra fazer as coisas... É o caso do Rodrigo Santoro, por exemplo. O cara trabalha feito um mouro, se mata pra construir seus personagens no cinema e nas produções nacionais. Nos últimos anos, ele arrasou em Bicho de Sete Cabeças, em Abril despedaçado, em Carandiru, Não por acaso, Hoje é dia de Maria, Hilda Furacão... Ao mesmo tempo, começou a buscar papéis lá fora - o que é dificílim... E quando o cara consegue, todo mundo mete o pau dizendo que ele não teve falas nos filmes, que seu personagem não apitava nada e blá, blá, blá!

Argh, que RAIVA!!!! Quantos de nossos atores já conseguiram o mesmo?? Dá pra contar nos dedos (de uma mão...)

Enfim, viva os mouros que seguem produzindo e dando uma banana pra crítica.

Beijos!