segunda-feira, janeiro 12, 2009

A última que morre



Acordei ao som da sinfonia.
Grossas gotas de chuva
caíam densas
sobre o telhado de vidro.
E uma vez desperta,
me vi inundada pela recordação
do amor perdido.
Há dias meu peito estava encharcado,
oprimido,
afundado em mágoas.
E do coração
(pulso pleno de saudade)
escorriam gotas vermelhas e acres.
Mas a alma estava lavada, afinal,
eu tentara de tudo e
esgotara as possibilidades.
E o fato de não carregar nenhuma culpa
trazia, por si só, certo alívio.
Quanto ao sofrimento e a dor...
Esses decerto não durariam para sempre.
Lá fora,
trovões bradavam
sem me assustar.
Pelo contrário:
eram como acordes de compaixão
a me fazer companhia.
Ao longe,
um som de repicar de sinos
anunciava a morte da tristeza
(e também o nascimento de uma nova mulher).
Como um recém-nascido, chorei,
a plenos pulmões,
espantada e feliz por ver,
à minha frente,
esboços de um novo mundo.
E assim, aos primeiros sinais do amanhecer,
fez-se a luz interior,
que atendia pelo nome de Esperança.

Goimar Dantas,
São Paulo
em 21-08-07

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo!!!minha rainha...de seu mais novo sudito!!!!!!!!!!!!
bj
ec

Cássia disse...

Goe, tem um seinho para você no blog!