Versos, prosas, imagens, "causos", causas, efeitos, fatos, lembranças, amores, paixões, lirismo, passado, presente e futuro.
segunda-feira, março 17, 2008
A propósito de Bloody Mary
A intertextualidade é uma bênção. O cruzamento de signos, o complemento de idéias, a harmonia, os arranjos, a letra em total cumplicidade com outros textos, poemas, dizeres... Milagre, osmose...
Eles dirão por mim:
Jose Ortega Y Gasset: "Eu sou eu e minhas circunstâncias".
João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas: "Moça de carinha redonda, entre compridos cabelos... E o que mais foi, foi um sorriso."
Machado de Assis, em Dom Casmurro: "Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada".
Vladimir Nabokov, em Lolita: "Lolita, luz da minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta."
Walt Whitman, em Full of life now: "Estás lendo-me. Agora o invisível sou eu,/Agora és tu, compacto, visível, quem intui meus versos e me procura/pensando em como seria feliz se eu pudesse ser teu companheiro./Sê feliz como se eu estivesse contigo. (Não tenhas muita certeza de que não estou contigo)."
Octavio Paz, em Amor e Erotismo - A dupla chama: "Para mim, a poesia e o pensamento são um sistema único. A fonte de ambos é a vida: escrevo sobre o que vivi e vivo. Viver também é pensar e, às vezes, atravessar essa fronteira na qual sentir e pensar se fundem: isso é poesia".
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