quarta-feira, março 19, 2008

Amor de perdição



(Título com a licença poética devidamente solicitada, em oração, ao espírito do senhor Camilo Castelo Branco).

Miro seus olhos de gaivota no momento do ataque.
Sou caça consentida,
me entrego.
Peixe pequeno,
mas capaz de revelar a maré cheia.
Deságuo.
Ondas salgadas inundam sua superfície.
Mas meu desejo é infinito e quero, uma vez mais, zarpar.
Então, volto a mergulhar nas profundezas do seu olhar.
Pupilas-estrelas que me desorientam.
Estou perdida.
Nunca mais acharão meu corpo.
Sereia submersa na imensidão desse mar
(de vontade).

Goimar Dantas
São Paulo
17-03-08

2 comentários:

César Qúadros disse...

Belíssimo!!!
A inspiração é fonte da vida! Não do poema. O poema é a fotografia de um instante eterno, a luz que torna palpável essa imagem é a luz da vontade.

Parabéns pela vontade viva sempre presente!

poesia potiguar disse...

César,

obrigada pelas palavras! acredito piamente que o seu ofício contribui demais para liberar essa energia criativa que todos temos e que, muitas vezes, não conseguimos expressar.

as suas aulas são uma forma de estabelecer a conexão essencial entre o corpo e o espírito. a cabeça e o coração. obrigada, também, por isso.