segunda-feira, março 31, 2008

O errante cavaleiro andante

O corpo inteiro se desfez em chamas,
qual labaredas de contorno azul.
Se entorpeceu e se enroscou na trama
quando tocou o outro corpo nu.

Permaneceu no breu da madrugada
acariciando a pele de avelã,
embriagado pela linda musa
(ao doce som da flauta do deus Pã).

Fotografou sem flash cada encanto.
Bebeu o vinho tinto da paixão.
Teceu a teia espessa da volúpia.
Já flutuava e não sentia o chão.

Mas de manhã partiu sem acordá-la.
Fugiu do amor que era fatal prisão.
À sua frente: estrada e liberdade.
Às suas costas: dor e solidão.


Goimar Dantas
São Paulo
(1998-1999?)



2 comentários:

Anônimo disse...

Pra variar, um poema de primeiro quilate. Jóia rara. O encontro, a separação, a dor, a solidão. Imagens,imagens, imagens, como todos os seus poemas. A descrição sensual, puramente sensual, levemente sugestiva, de um tórrido encontro, que se desfaz na diluição da ausência de compromisso, ou covardia, ou esperteza, ou, ou, ou... sei lá. A única coisa que sei é me embriaguei com a poesia do seu poema. Mais um.
Prof. Leo Ricino

poesia potiguar disse...

Ôoooooooo queridão!!!

Obrigada pelo apoio de sempre, pela força, pelo incentivo,pelos puxões de orelha, pela paciência infinita com as minhas dúvidas estilísticas, gramaticais, existenciais, filosóficas, mitológicas... hehehe

Um superbeijo!!!!!!!!!