(Essa escultura, que é uma das peças do acervo do Memorial da América Latina, em São Paulo, se chama Torso Negro, e é assinada pela artista carioca Vera Torres. Dia desses estive no local e fui absolutamente tomada pela força e beleza dessa obra. Munida de máquina fotográfica - que agora é mais uma das inúmeras coisas que carrego na bolsa - , só me restou fazer a foto e ficar namorando a imagem na volta pra casa. Eu já sabia, a essa altura, que minhas impressões resultariam em um poema... Aí está ele).
As coxas grossas,
firmes.
Volúpia ardente
sob o céu azul.
O torso esplêndido,
Vênus Brasilis,
musa imponente
em seu abuso nu.
E os raios súditos,
quentes...
Penetram fálicos
nas curvas norte e sul...
Tão insistentes,
rentes
Aos teus contornos
E ao me desejo cru.
Deusa de ébano
Fêmea de bronze
Peça profana
(Que sacraliza o ar)
De toda a Praça
De toda a raça
Latino-América
Tão negra!
Tão solar!
Goimar Dantas
São Paulo
28-04-08
E por falar em Sangue lantino...
4 comentários:
Já no comentário que deixou no Conexão Paris percebi que escreve bem.
Abraços
Maria Lina
Obrigada, Maria!
Apareça sempre! Será uma honra para mim!
Um beijão!!
A relação dos poetas com as artes plásticas sem pre foi muito inspiradora. Magnífico teu poema sobre a escultura, e o nome, muito sugestivo. eu moro perto do memorial e sempre que passo por ali fico encantado com o Arquiteto. Parabéns Guiomar, belíssimo poema!
Leonardo, Pirituba.
Oi, Leonardo!
Obrigada!!!
Seja muito bem-vindo por essas bandas e apareça sempre!
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