quarta-feira, abril 30, 2008

Sangue latino

(Essa escultura, que é uma das peças do acervo do Memorial da América Latina, em São Paulo, se chama Torso Negro, e é assinada pela artista carioca Vera Torres. Dia desses estive no local e fui absolutamente tomada pela força e beleza dessa obra. Munida de máquina fotográfica - que agora é mais uma das inúmeras coisas que carrego na bolsa - , só me restou fazer a foto e ficar namorando a imagem na volta pra casa. Eu já sabia, a essa altura, que minhas impressões resultariam em um poema... Aí está ele).


As coxas grossas,
firmes.
Volúpia ardente
sob o céu azul.
O torso esplêndido,
Vênus Brasilis,
musa imponente
em seu abuso nu.

E os raios súditos,
quentes...
Penetram fálicos
nas curvas norte e sul...

Tão insistentes,
rentes
Aos teus contornos
E ao me desejo cru.

Deusa de ébano
Fêmea de bronze
Peça profana
(Que sacraliza o ar)
De toda a Praça
De toda a raça
Latino-América
Tão negra!
Tão solar!

Goimar Dantas
São Paulo
28-04-08
E por falar em Sangue lantino...



4 comentários:

Anônimo disse...

Já no comentário que deixou no Conexão Paris percebi que escreve bem.
Abraços
Maria Lina

poesia potiguar disse...

Obrigada, Maria!

Apareça sempre! Será uma honra para mim!

Um beijão!!

Anônimo disse...

A relação dos poetas com as artes plásticas sem pre foi muito inspiradora. Magnífico teu poema sobre a escultura, e o nome, muito sugestivo. eu moro perto do memorial e sempre que passo por ali fico encantado com o Arquiteto. Parabéns Guiomar, belíssimo poema!

Leonardo, Pirituba.

poesia potiguar disse...

Oi, Leonardo!

Obrigada!!!

Seja muito bem-vindo por essas bandas e apareça sempre!