domingo, abril 26, 2009

Éter...Homine




Eu me entreguei a um homem
que me leva pelo mundo.
Não é pirata,
não é marujo,
não pesca
e não vai pro mar.

Mas ele escreve, inventa,
conta histórias, se arrebenta,
nas linhas do seu caderno,
nas ondas do seu pensar.

Criador do próprio tempo
é “um” e também é “vários”.
Tanto é meu como é de todos.
Seu verbo? - Multiplicar.

E eu: que sorte!
Me divido...
Feliz em poder estar
nos braços de um
que é muitos!
Poeta, errante, mutante:
Campos, Caieiro, Reis,
Pessoa: inspiração boa!
Alado e etéreo homine!
Com quem aprendo a voar.

Goimar Dantas
Santa Rita do Sapucaí
22-04-09

2 comentários:

Anônimo disse...

Hoje, 28/4, terça-feira, no canal globo news, programa dedicado ao novo livro do Chico.

Anônimo disse...

Goimar!
Você está ficando (se isso é possível, no seu caso) cada vez mais especialista em jogar as palavras, trocadilhar, brincar com elas, dominando-as plenamente. É a forma que sua poesia achou de extravazar, de escorrer no poema a nos divertir e fazer sentir. Seus versos, sem que isso seja necessariamente explícito, o que só mestres conseguem, cantam e rimam, sensibilizam a alma da gente.
Nem vou dizer de novo que há um casamento perfeito entre os campos lexical e semântico, entre denotação e conotação. A viagem é pelo mar, pela fantasia e porque "ele escreve". Eis o segredo: "ele escreve". Mas eu digo mais: esse é o milagre. "Vocês escrevem, contam histórias, fazem rir e chorar, sonhar, sofrer e viver". Esse é o milagre. Essa é a viagem! Vocês se multiplicam e se dividem, se entregam a nós como você se entregou a ele.
E quem sai ganhando com a sensibilidade dos miraculosos poetas? Nós, os privilegiados que podemos senti-los, bebê-los, degustá-los e atingir nosso clímax de prazer pela leveza e beleza da poesia jorrada nas palavras adequadíssimas.
Resta dizer, mais uma vez e não será a última, tenho certeza: PARABÉNS.
Prof. Leo Ricino