quarta-feira, abril 08, 2009
A serventia da poesia
Toda a minha poesia não tece as tramas de um dia,
Não lança luz sobre as trevas,
Não ressuscita ninguém.
Toda a minha poesia flerta é com a covardia
Posto que é mero recurso
De se “dizer” e não “ser”.
Meus versos não ganham guerras, batalhas, conflitos vãos.
Não libertam prisioneiros,
Não têm receita pra dor.
Meus versos não abrem portas,
Não têm a chave da casa,
Não trazem meu pai de volta,
Não me dão explicações.
Por outro lado, eu entendo que minha poesia é jorro,
Exposição, desaforo,
um drible em Dona Opressão.
Minha poesia é expressão dos meus desejos, vontades...
Grito pleno de saudade, espelho de sensações.
Pode também ser lamento, alusão, desilusão,
Um misto de céu e chão (onde se pode flanar).
Barranco, escora, montanha, todo o mar que se admira
Lá longe se arrebentar.
No fundo
toda a poesia tem alguma serventia,
Seja de noite ou de dia
Pode aos homens encantar.
E provocar um sorriso,
E revelar um mistério,
E ser mais leve que o ar...
Poesia não tece o dia,
Mas é um fio condutor
Que nos mostra
(e nos transporta)
A um mundo paralelo...
Um reino de um só castelo
Onde o rei e a rainha
São a Beleza e o Amor.
Goimar Dantas
São Paulo
05-04-09
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6 comentários:
pois é, a poesia, como a voz, é uma forma de você ser, existir e estar, no outro. Estou feliz por estar aqui, lendo sua poesia, de qualidade, e não tenho certeza se seu pai também não sorri em algum lugar, porque, para mim, a poesia é a forma mais pura da oração.
Olá!
Muito obrigada pela visita e pelas palavras tão gentis e bonitas. Será sempre uma alegria receber você por essas bandas!
Um grande abraço!
È...
Dito
Interdito
E muito bonito.
Parabénes, Goimar.
"Toda minha poesia flerta é com a covardia."
se a gente falasse tudo que escreve...
bendito teclado.
lindo poema, lindo.
é isso ai CUCO. senta escreve. e deixa ser. bj
Zill Pills: thanks, baby. Love you.
G-39: "é nóis".
Ass: Cuco.
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